Cinema

Inocente Mordida

Inocente Mordida
Título original: Innocent Blood
Ano: 1992
País: Estados Unidos
Duração: 113 min.
Gênero: Comédia
Diretor: John Landis (Um Tira da Pesada III, Os Babacas, Plano de Risco)
Trilha Sonora: Ira Newborn (Gatinhas e Gatões, Um Romance Muito Perigoso, Mulher Nota 1000)
Elenco: Anne Parillaud, Robert Loggia, Anthony LaPaglia, David Proval, Chazz Palminteri, Rocco Sisto, Tony Sirico, Tony Lip, Kim Coates, Marshall Bell, Leo Burmester, Rohn Thomas, Angela Bassett, Luis Guzmán, Don Rickles, Tom Savini, Frank Oz, Michael Ritchie, Sam Raimi, Dario Argento
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 7

Uma mistura inusitada de filme de máfia, comédia e horror carregada de muito humor negro, Inocente Mordida só podia ser cria de John Landis, um dos diretores mais versáteis de sua geração e grande admirador do antigo cinema de horror. A filmografia do cara é quase irretocável tanto em comédias quanto em filmes sobre o sobrenatural, sendo esta a sua obra que mais tenta mesclar elementos de ambos os gêneros. De forma irregular, é verdade, mas sempre com referências super bacanas a clássicos antigos e pontuada por participações especialíssimas.

A história começa quando Marie (Anne Parillaud), uma vampira francesa perdida em plena Pittsburgh, se vê subitamente sem suas duas necessidades mais importantes: sangue e sexo. À procura da primeira delas, ela acaba se intrometendo na rotina de um bando de mafiosos liderados por Sal Macelli (Robert Loggia). Em meio ao grande problema que surge quando a moça se defronta com o chefão está o policial infiltrado Joe Gennaro (Anthony LaPaglia), que se torna também o principal interesse da vampira em sua mencionada segunda necessidade.

O filme poderia ser muito mais do que é, essa é a verdade. A fotografia noturna é soberba, e tanto a ambientação quanto o elenco escolhido para o lado mafioso do longa são desenvolvidos com maestria. O maior equívoco é o protagonista Anthony LaPaglia, uma figura completamente inexpressiva e perdida em cena. Anne Parillaud é uma graça, o que com certeza ocorre devido ao contraste entre sua doçura angelical e a ferocidade sangrenta de seu 'modus operandi'. A história começa e permanece meio morta até quase a metade, só engrenando de vez e apresentando risadas genuínas quando Robert Loggia agrega uma faceta rara de comediante à sua truculenta interpretação de chefe mafioso. Uma das seqüências mais hilárias é aquela em que ele contracena com o diretor Sam Raimi.

Detalhe interessante que posso entregar sem medo, e que o espectador atento com certeza notará ao longo do filme: a palavra "vampire" não é mencionada uma única vez por personagem algum! Grande sacada da história, que insere a idéia do vampiro apenas através das ações de Marie e suas vítimas e das inúmeras referências a clássicos como Drácula e O Vampiro da Noite, dois dos mais importantes filmes sobre chupadores de sangue já realizados. Nem mesmo Alfred Hitchcock escapa do caldeirão de referências e homenagens, que incluem participações especiais de vários diretores e gente famosa associada ao gênero do macabro. Além do já mencionado Raimi, Frank Oz, Tom Savini e Dario Argento, entre outros, aparecem para dar uma palhinha e completar a festa de Landis.

Infelizmente, a edição simples do DVD lançado pela Warner não contém um extra sequer.

Texto postado por Kollision em 12/Julho/2005