Cinema

O Vampiro da Noite

O Vampiro da Noite
Título original: Horror of Dracula
Ano: 1957
País: Inglaterra
Duração: 82 min.
Gênero: Terror
Diretor: Terence Fisher (A Vingança de Frankenstein, O Cão dos Baskervilles, O Homem que Enganou a Morte)
Trilha Sonora: James Bernard (O Vale das Mil Montanhas, A Seita do Dragão Vermelho, A Górgona)
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Michael Gough, Melissa Stribling, Carol Marsh, Olga Dickie, John Van Eyssen, Valerie Gaunt, Janina Faye, Barbara Archer, Charles Lloyd Pack, George Merritt, George Woodbridge, George Benson, Miles Malleson, Geoffrey Bayldon, Paul Cole
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 7

Primeiro filme da produtora Hammer a mostrar o vampiro Drácula, O Vampiro da Noite traz Christopher Lee em um de seus papéis mais marcantes na história do cinema (senão o mais marcante). Trata-se de uma refilmagem livre do filme clássico lançado pela Universal na década de 30. Ao lado de Max Schreck (Nosferatu, 1922), Bela Lugosi (Drácula, 1931) e Gary Oldman (Drácula, 1992), Lee é um dos quatro atores a encarnar o famigerado vampiro naquelas que são as principais produções cinematográficas baseadas no romance de terror do irlandês Bram Stoker, escrito no final do século XIX.

Muito embora seja baseado no livro de Stoker, O Vampiro da Noite não é nada fiel à sua história. Os personagens possuem os mesmos nomes, mas as circunstâncias em que são apresentados são totalmente diferentes do romance original. Jonathan Harker chega ao castelo de Drácula, em Klausenberg, para trabalhar como bibliotecário para o conde, mas planeja em segredo eliminá-lo. Quando seu plano vai por água abaixo, seu amigo dr. Van Helsing (Peter Cushing) encarrega-se de terminar a missão que os dois começaram juntos. Van Helsing leva as más notícias até Arthur Holmwood, casado com Mina, já que Harker estava noivo da irmã de Arthur, Lucy Holmwood. Sim, todos os personagens foram remanejados em detrimento de uma história mais dinâmica, que se encaixasse no baixo orçamento característico das produções da Hammer. Não há sinal do asilo de loucos do dr. Seward que, por exemplo, quase não aparece. Aqui não há Renfield e muito menos a viagem de navio de Drácula até a Inglaterra, já que o lar dos Holmwood fica na Alemanha mesmo, na cidade de Karlstadt.

O que O Vampiro da Noite perde em fidelidade à obra original ganha ao apresentar uma abordagem diferente do mito de Drácula, o que é por si só interessante e digno de uma conferida. No entanto, embora o conde Drácula de Christopher Lee possua uma presença marcante (sendo talvez o melhor intérprete de Drácula de todos os tempos), o vampiro parece ser neste filme um mero coadjuvante, aparecendo em cena somente para recepcionar Jonathan Harker no castelo e a seguir passar a cometer suas atrocidades. Suas maquinações e suas intenções são reduzidas a uma mera vingança contra os planos de Harker e Van Helsing, e o eixo principal da história gravita mesmo em torno dos personagens humanos.

A simbiose entre o Van Helsing de Peter Cushing e o Drácula de Lee é magnífica. Austero e obstinado, Van Helsing é neste filme o matador de vampiros clássico, experiente e exímio conhecedor das criaturas da noite. Ambos voltariam a participar de quase todos os filmes da série iniciada por este, sendo imortalizados e idolatrados por fãs do gênero em todo o mundo.

A série continua em As Noivas do Vampiro, feito em 1960 sem Christopher Lee.

A Warner incluiu no DVD o trailer original do filme e algumas notas de produção, que listam rapidamente todos os outros filmes da série iniciada com O Vampiro da Noite.

Texto postado por Kollision em 23/Julho/2004