Cinema

A Casa da Colina

A Casa da Colina
Título original: House on Haunted Hill
Ano: 1999
País: Estados Unidos
Duração: 93 min.
Gênero: Terror
Diretor: William Malone
Trilha Sonora: Don Davis (Enxame do Inferno, Correndo Contra o Tempo, Jurassic Park III)
Elenco: Geoffrey Rush, Famke Janssen, Taye Diggs, Ali Larter, Peter Gallagher, Chris Kattan, Bridgette Wilson, Max Perlich, Jeffrey Combs, Lisa Loeb, James Marsters, Dick Beebe, Slavitza Jovan, Jeannette Lewis
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 4

Com os nomes de Joel Silver e Robert Zemeckis na equipe de produção, esta refilmagem do clássico A Casa dos Maus Espíritos (William Castle, 1959) tinha muito boas chances de se firmar como um bom exemplo de relocação estética e temporal. Infelizmente, parece que não foi bem isso o que aconteceu, dada a estatura que o filme original possui hoje, em contraste com o que o diretor televisivo William Malone concebeu em A Casa da Colina. O que antes tinha sido concebido com a classe dos bons filmes de baixo orçamento foi transformado num pastiche que não convence e, durante a maior parte do tempo, frustra quem espera algo que inove o conceito mostrado pelo filme de 1959.

O excêntrico e milionário dono de parques de diversões Steven Price (Geoffrey Rush, numa clara alusão a Vincent Price, astro do filme original) decide dar à fogosa esposa Evelyn (Famke Janssen) uma festa de aniversário especial, convidando cinco desconhecidos para passar a noite numa mansão que no passado fôra uma instituição psiquiátrica comandada por um médico louco (Jeffrey Combs). A crença local é de que a casa é assombrada pelas almas de todos os que lá morreram num terrível incêndio. Como incentivo, Price promete aos convidados um cheque de um milhão de dólares para todos que conseguirem passar a noite dentro da casa. E é óbvio que as coisas não serão tão fáceis quanto parecem a princípio.

A premissa do lugar mal-assombrado já era boa no original, o que valeria também para a refilmagem. Descontando as anomalias visuais, como atestam o aspecto exterior futurista e vertical (?) da mansão e algumas questões de caráter espacial no interior do lugar, a história até que caminha de forma mediana até o terço final, quando tudo degringola da pior forma possível, ao estilo das características baboseiras vitaminadas por efeitos especiais que proliferaram nos anos 90. Além disso, praticamente em nenhum momento o diretor consegue imprimir alguma sensação de medo ou genuíno suspense. Nesse quesito, as melhores tomadas se resumem aos flashbacks envolvendo as vítimas lunáticas em desespero e o médico louco feito pelo ícone do horror moderno Jeffrey Combs. O joguinho sádico/masoquista de segundas intenções do casal de anfitriões da festa também consegue render certo interesse, graças às performances decentes de Geoffrey Rush e da holandesa Famke Janssen.

No resto do elenco só se salvam os veteranos, como Peter Gallagher e Chris Kattan, na pele do medroso dono da casa assombrada. Ali Larter, apesar de bonitinha, teve a proeza de protagonizar algumas das cenas mais vergonhosas do filme. É de se estranhar a presença de um ator de gabarito como Geoffrey Rush num filme tão insosso. Talvez ele estivesse atraído pelo personagem e pela chance de homenagear o grande Vincent Price, vai saber.

O filme recebeu uma sequência em 2007 chamada De Volta à Casa da Colina.

Na seção de extras é possível conferir seis featurettes de até 3 min. detalhando algumas cenas chaves do filme, um documentário de 20 minutos comparando as duas versões da história, os trailers de A Casa dos Maus Espíritos, A Casa da Colina e Creature (uma podreira que o diretor cometeu no início de carreira e aqui, curiosamente, aparece na seção de featurettes) e três cenas excluídas. Uma delas bem que poderia ter sido mantida no corte final do filme, no que teria sido praticamente a cena mais assustadora de todo o roteiro: Ali Larter surpreendida e cercada por zumbis de todos os lados. Realmente uma pena.

Texto postado por Kollision em 19/Maio/2005