Já que a série iniciada por A Casa do Espanto (Steve Miner, 1986) tinha sido avacalhada de vez com uma terceira parte que em comum com os demais filmes só tinha a produção de Sean S. Cunningham e a presença do compositor Harry Manfredini, o único jeito foi lançar este filme como A Casa do Espanto IV, muito embora sua história se passe após os eventos mostrados na primeira parte. O que não significa que houve qualquer melhoria no nível da realização, numa série que afundou vergonhosamente e só conseguiu chegar à quarta parte porque, na época, tais asneiras ainda estavam na moda. Única produção da carreira do diretor Lewis Albernathy, este foi o filme que encerrou em constrangedora vergonha uma das séries que mais prometiam no cinema de horror contemporâneo.
O escritor Roger Cobb (William Katt) visita a antiga casa de sua família com a esposa (Terri Treas) e a filha (Melissa Clayton) para avaliar a sua venda com o meio-irmão (Scott Burkholder). Apesar de seus protestos, Roger decide permanecer com a casa, que tem fama de ser 'mágica', e parte em viagem com a família. No entanto, ele vem a morrer num bizarro acidente de carro durante o trajeto, o que motiva sua esposa e sua filha a se mudarem para a casa que seu irmão tanto queria vender. Além da constante pressão pela venda da propriedade, mãe e filha passam a lidar também com estranhos fenômenos fanstasmagóricos que começam a acontecer dentro do lugar.
O fato do filme retomar o personagem principal do primeiro episódio da série não é garantia alguma de que as coisas voltaram a ser como era antes (leia-se: um nível mínimo de realização cinematográfica). Para começar, nenhuma explicação é dada para o desaparecimento da antiga família do escritor, que terminou a primeira aventura feliz com esposa e filho pequeno. Nem a tão badalada casa assombrada é a mesma, ou pelo menos não parece ser, já que nenhuma indicação a favor está presente nesta parte IV. Com a morte do herói logo no começo da história, lá se vai qualquer associação com o único filme da série que prestou para alguma coisa.
O aspecto mais infeliz desta continuação é a insistência em copiar a estética de A Hora do Pesadelo, resultando em passagens que vão de patéticas (a pizza humana) a razoáveis em sua essência (o chuveiro que libera sangue). A indecisão do roteiro faz confusão com a natureza das aparições, declaradamente hostis no início mas que tomam um outro rumo quando o mistério acerca da morte do protagonista começa a ser revelado. O nível de infâmia dos diálogos não chega a eclipsar o todo, numa colcha de retalhos que ameaça demonstrar algo interessante quando um bandido na forma de um anão (Mark Gash) é introduzido na história. A bizarrice das cenas em que ele aparece ajuda a salvar o filme da perda total. Outra coisa aterradora (de ruim) é a trilha sonora durante a seqüência do clímax, que parece ter sido trocada com alguma outra coisa não-identificada na sala de edição antes do corte final do filme.
Os únicos extras presentes no DVD são biografias curtas de William Katt e Terri Treas.
Texto postado por Kollision em 25/Setembro/2005