Depois do relativo sucesso comercial das primeiras continuações de Sexta-Feira 13, a equipe que realizou os filmes se reuniu e desenvolveu uma das primeiras obras da década de 80 a assumir completamente a alcunha do 'terrir', a mistura então pouco vista de terror e comédia. Dirigida pelo mesmo cineasta que comandara as partes 2 e 3 da saga de Jason, produzida pelo diretor da parte 1 e musicada pelo mesmo compositor da série, A Casa do Espanto ganhou vida com o aval do produtor executivo Roger Corman. Na verdade, não há nada de muito novo exceto o lado 'comédia', já que o filme consiste basicamente de mais um conto macabro sobre uma casa mal-assombrada.
Após a morte de sua tia idosa na casa em que morara no passado, o escritor Roger Cobb (William Katt) decide se mudar para lá à procura de inspiração para escrever seu novo livro, baseado em suas experiências como combatente no Vietnã. Separado da esposa (Kay Lenz) e ainda pesaroso com o misterioso desaparecimento do filho enquanto morava na mesma casa, Roger começa a presenciar e se torna vítima de estranhas aparições sobrenaturais em vários cômodos do lugar. Pentelhado por um vizinho intrometido (George Wendt) e pela bela loira que costuma nadar em sua piscina (a ex-Miss Mundo Mary Stavin), Roger tenta de todas as formas filmar e fotografar os fantasmas em sua casa, vindo eventualmente a suspeitar que tudo pode estar na verdade relacionado a algum acontecimento trágico de seu próprio passado.
O que pode haver entre uma parede e outra além de argamassa, tijolos ou madeira? E se o monstro do armário realmente existir e se manifestar somente depois da meia-noite? É em idéias deste tipo que o roteiro indeciso de A Casa do Espanto se sustenta, fazendo graça e ao mesmo tempo querendo meter medo, sem ser muito convincente em nenhuma das duas coisas. O que começa como uma história de fantasmas ganha logo nuances de Poltergeist, lançando mão a partir daí de uma realidade alternativa que cobra muito da lógica e da credibilidade da platéia. Talvez seja essa a razão de porque o filme envelheceu tanto desde a época em que foi lançado.
A produção não é suntuosa, somente adequada à estatura do filme. Infelizmente, os sets da floresta e da guerra do Vietnã não são nem de longe convincentes, e nem a casa é tão assustadora assim. Os bons momentos vêm praticamente da interação entre o elenco, que protagoniza uma cena engraçada aqui e ali. William Katt dá o sangue pelo filme, protagonizando uma história que perde o rumo de forma quase patética em seu final, desapontando quem espera algo mais da promissora introdução.
Há um making-of da época de 12 minutos de duração na seção de extras do DVD, além de dois trailers, uma galeria de fotos animada e biografias curtas de William Katt e George Wendt.
A saga da casa maluca continua em A Casa do Espanto II.
Texto postado por Kollision em 18/Setembro/2005