Visto no cinema em 23-DEZ-2013, Segunda-feira, sala 3 do Rondon Plaza Shopping
É impossível para qualquer pessoa não-versada em Tolkien não se indagar sobre o real título de O Hobbit. Afinal, uma alcunha muito mais adequada para esse filme seria Os Anões ou Os 13 Anões. Além disso, que propósito estúpido é levar um hobbit (Martin Freeman) somente para que ele possa se esgueirar num castelo cheio de ouro e de lá roubar uma peróla branca sob o nariz chamuscante de um dragão enfurecido (Benedict Cumberbatch, em voz e trejeitos capturados por computador)? Se isso soa absurdo, a justificativa mais aceitável é que o livro original de Tolkien não passava de uma aventura infantil, que no cinema foi estendida numa trilogia cheia de ar. A Desolação de Smaug não chega a ser tão vazio quanto o primeiro capítulo (Uma Jornada Inesperada), mas tem várias fraquezas além da mencionada mais acima. Trata-se de uma aventura filmada com pompa e grandiosidade, repleta de personagens e citações que remontam à trilogia O Senhor dos Aneis, e com capacidade ainda maior de enfurecer quem não se dá bem com histórias inacabadas. Pelo menos o mago Gandalf (Ian McKellen) vai para as montanhas fazer sei-lá-o-quê e deixa os anões se virarem por conta própria desta vez, enquanto Legolas (Orlando Bloom) mostra seu lado corno ao perder a prometida (Evangeline Lilly) para o anão Kili (Aidan Turner). Falando francamente, esse inesperado triângulo amoroso é a melhor coisa do filme.
A trilogia se encerra com O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos.