Visto no cinema em 3-JAN-2016, Domingo, sala 2 do Multiplex Pantanal
Segundo o próprio Quentin Tarantino, a história de Os Oito Odiados se passa no mesmo universo de Django Livre. Assim, este é o segundo faroeste do diretor, um gênero pelo qual ele sempre declarou seu apreço e do qual extraiu muitas referências. Nos dias de hoje, somente mesmo um cineasta com seu cacife para lançar um longa do gênero com censura 18 anos, o que independente do que muitos vão achar já é um privilégio e tanto. A veia sarcástica e a violência exagerada do diretor estão presentes do início ao fim do filme, que coloca oito pistoleiros, caçadores de recompensas ou figuras simplesmente misteriosas dentro de uma taberna durante uma nevasca intransponível no inverno rigoroso do Wyoming. A época é o período pós-guerra de Secessão, o que é habilmente estabelecido pelo roteiro principalmente por meio dos verborrágicos primeiros atos. Por um instante tive medo de que Os Oito Odiados fosse estacionar em conversas infindáveis, mas assim que todas as peças estão no tabuleiro e o circo pega fogo não dá para evitar o sorriso franco no rosto – principalmente se você é fã de longa data de Tarantino. Se não bastasse o elenco afiadíssimo, temos ainda um petardo de trilha sonora composto por ninguém menos que Ennio Morricone. Django Livre é mais coeso como cinema, mas em matéria de western cru e sem amarras Os Oito Odiados cumpre o que promete com louvor.