Visto no cinema em 26-JAN-2013, Sábado, sala 8 do Multiplex Pantanal
Em sua homenagem explícita ao faroeste espaguete, Quentin Tarantino não se fez de rogado e arranjou para si um papel pequeno no terceiro ato do filme. O modo como ele despacha a si mesmo reflete a facilidade com que ele resgata o estilo que tenta homenagear. Assistir a faroestes pode estar fora de moda hoje em dia, mas não há nada como a competência de um diretor do seu calibre para fazer as pessoas mudarem de opinião. No centro de Django Livre, cuja história se passa no sul dos Estados Unidos do século 19, está o escravo Django (Jamie Foxx), que é comprado por um caçador de recompensas alemão (Christoph Waltz) para ajudá-lo na tarefa de encontrar três malfeitores que valem uma boa grana. Django acaba pegando jeito pra coisa e logo está ao lado de seu mestre como igual, e juntos eles traçam um plano para libertar a esposa do ex-escravo, presa em algum lugar dentro da propriedade de um fazendeiro racista ao extremo (Leonardo DiCaprio). Carregado de referências (algumas delas nobres, como a que coloca Franco Nero ao lado de Jamie Foxx), Django Livre é um deleite e combina perfeitamente os elementos mais clássicos do faroeste, além de escancarar o dilema da escravidão com iguais doses de violência, drama e humor. Que o diga a genial passagem que faz troça da Ku-Klux-Klan. Todo o elenco está bem, porém o personagem mais fascinante do longa é feito por Christoph Waltz, num contraste extremo com o papel que ele fez em Bastardos Inglórios.