Visto no cinema em 19-OUT-2013, Sábado, sala Cinemark 2 do Shopping Market Place, São Paulo
Se a intenção de Alfonso Cuarón era combinar extremos de minimalismo e grandiosidade em Gravidade, há de se louvar a eficiência com que ele consegue realizar seu intento. O filme é uma produção fantástica tanto em termos técnicos quanto dramáticos, apoiado por um elenco composto por basicamente somente duas pessoas e uma voz. A voz que se ouve é a de Ed Harris, que a partir da Terra monitora e coordena as atividades de uma estação orbital realizadas por uma equipe reduzida de astronautas, entre eles um veterano prestes a se aposentar (George Clooney) e uma cientista novata que está em sua primeira missão (Sandra Bullock). Seus trabalhos são subitamente interrompidos quando uma chuva de detritos espaciais é identificada rumando em sua direção, o que transforma uma missão de rotina numa luta desesperada pela sobrevivência. Notoriamente afeito a tomadas longas sem cortes, Cuarón tem em Gravidade a oportunidade perfeita para exercitar esta e outras facetas de virtuosismo cênico, que casam com a fluidez e a seriedade do longa-metragem nos mínimos detalhes. Além disso, homenagens veladas a clássicos do cinema como 2001 - Uma Odisseia no Espaço pontuam os momentos em que o silêncio e a ausência de movimento imperam. Recomendo aos que valorizam o escopo de tamanho empreendimento cinematográfico que vejam o filme em formato 3D e em tela grande, visto que Gravidade é uma experiência rara em matéria de cinema hoje em dia.