Visto no cinema em 28-JAN-2012, Sábado, sala 5 do Multiplex Pantanal
Tal qual uma trilogia recente de longas suecos baseados no mesmo material, Millenium foi adaptado de um best-seller com considerável pompa graças à presença do renomado diretor David Fincher no comando do filme. Em vista do resultado, não é muito difícil concluir que Fincher está de fato incluso na elite do cinema norteamericano do mais alto calibre. Independente de como cada um de seus filmes recentes falou a cada espectador, é inegável que a qualidade de seu cinema está muito acima da média.
Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um título ingrato, obviamente mantido para garantir a associação literária previamente estabelecida pela publicação do livro em terras brasileiras. The Girl with the Dragon Tattoo, o título original, é bem mais razoável e não entrega nada da história de forma tão escancarada. A garota com tatuagem de dragão é uma moça extremamente antissocial (Rooney Mara) que é ao mesmo tempo um gênio da informática investigativa. Seu caminho vai se cruzar com o de um jornalista que caiu em desgraça (Daniel Craig). Ele trabalha na elaboração da biografia de um rico industrial (Christopher Plummer) enquanto tenta descobrir quem teria sido o responsável pelo assassinado ou desaparecimento de sua filha há mais de quarenta anos. Ambientado na Suécia e filmado com a classe característica de Fincher, este filme se debruça sobre os personagens principais com excelência graças à dedicação fantástica do elenco principal, em especial Rooney Mara. O suspense é construído com maestria, os clichês são evitados ao máximo e as portas ficam abertas com tapete vermelho para a inevitável sequência, lançada em 2018 com o título Millennium - A Garota na Teia de Aranha (infelizmente sem o mesmo diretor e elenco).
Em tempo: não li o livro e nem assisti ao filme original sueco, que aparentemente fez bastante sucesso por onde passou.