Cinema

Motoqueiro Fantasma - Espírito da Vingança

Motoqueiro Fantasma - Espírito da Vingança
Título original: Ghost Rider - Spirit of Vengeance
Ano: 2011
País: Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos
Duração: 95 min.
Gênero: Terror
Diretor: Mark Neveldine e Brian Taylor (Adrenalina, Adrenalina 2 - Alta Voltagem)
Trilha Sonora: David Sardy (Perigo por Encomenda, Marcados para Morrer, Sabotagem [2014])
Elenco: Nicolas Cage, Ciarán Hinds, Violante Placido, Idris Elba, Johnny Whitworth, Fergus Riordan, Christopher Lambert, Spencer Wilding, Sorin Tofan, Jacek Koman, Anthony Head, Cristian Iacob, Jai Stefan, Vincent Regan
Avaliação: 5/10

Visto no cinema em 20-FEV-2012, Segunda-feira, sala 5 do Maxi Shopping de Jundiaí

Entregar o Motoqueiro Fantasma nas mãos dos desesperados Mark Neveldine e Brian Taylor jamais foi uma manobra arriscada para a Marvel. O personagem é de segunda linha e a franquia já estava natimorta antes mesmo de ver a luz do dia graças à “habilidade” de Mark Steven Johnson. Pois bem, esta segunda parte começa em ritmo acelerado, sem nunca dar a entender explicitamente se os eventos do primeiro filme devem ou não ser considerados (alguns sinais obscuros, no entanto, indicam que trata-se mesmo de uma sequência). Johnny Blaze (Nicolas Cage) está na Europa e evita a todo custo a maldição que o faz se transformar numa criatura esquelética com a caveira flamejante - uma cria desgarrada do capeta cuja missão, até onde se sabe, já não trilha mais o caminho do mal. Ele é convocado por um padre em fuga (Idris Elba) para encontrar um garoto que em breve se tornará o receptáculo terreno do mesmo demônio que teria criado o Motoqueiro Fantasma. Em troca, Blaze finalmente se livrará de sua maldição.

É bastante triste constatar que o filme poderia ter sido bom com uma direção mais hábil no comando. Neveldine e Taylor não têm senso de estilo, a não ser que o desespero e a falta de qualquer noção de direção possam ser considerados um estilo. Eles não sabem como caracterizar Johnny Blaze sem que ele se comporte como um idiota, e não conseguem colocar vida no roteiro dolorosamente unidirecional e simplista, talvez até mais que o do primeiro filme. As únicas coisas que funcionam, e muito bem, são a trilha sonora de ação de David Sardy e os efeitos especiais que dão vida ao Motoqueiro Fantasma e às máquinas que ele controla. Até o bullet time é usado com certa decência, ou seja, sem abusos, mas não esperem muita coisa dos recursos de 3D. A italiana Violante Placido faz o que pode durante a correria, Ciarán Hinds substitui Peter Fonda sem transmitir a mesma presença, o cara que dá vida ao vilão principal (Johnny Whitworth) parece ter saído de um seriado de quinta categoria e o guri que encarna Danny Ketch, o pivô de todo o conflito, vai pelo mesmo rumo.

Espírito da Vingança é diferente do primeiro filme, mas isso não significa que ele é o melhor dos dois. Numa análise de cinéfilo e de fã da HQ eu diria que ambos empatam em seus equívocos, cada um à sua maneira.