Revisto via Netflix em 12-ABR-2015, Domingo
Assistir a este Desafio em Tóquio logo depois de Velozes e Furiosos 6, lançado sete anos depois, tem suas vantagens. A primeira delas é conferir a retrocontinuidade que os produtores estabeleceram após Tóquio, o terceiro capítulo da série. Cronologicamente, esta parte deve ser vista somente após o espectador ter primeiramente conferido os capítulos 4, 5 e 6, muito embora ela se sustente bem como um capítulo independente. Há que se louvar o modo como os realizadores preservaram as características do personagem Han (Sung Kang) ao dar-lhe um passado e estabelecer a breve ponta narrativa que liga Desafio em Tóquio a Velozes e Furiosos 7. Além disso, e apesar do carisma duvidoso do personagem central feito por Lucas Black, é possível que algumas das melhores cenas de ação de toda a série estejam de fato nesta continuação bastarda.
Visto no cinema em 20-AGO, Domingo, sala 5 do Multiplex Pantanal - Texto postado por Kollision em 25-AGO-2006
Verdades sobre o terceiro exemplar da série de sucesso iniciada em 2001 pelo adrenalinesco diretor Rob Cohen:
É... Não dava mesmo para se exigir muita substância na história de um adolescente quase adulto que não pode se aproximar de um carro sem atrair um mundo de problemas com a polícia. Esta é a figura central deste Velozes e Furiosos 3. Um personagem sem profundidade alguma, que aposta tudo no carisma de Lucas Black e representa a epítome do herói das massas juvenis adeptas da adrenalina automotiva. O cara é mais ou menos o que os personagens principais anteriores deveriam ser um pouco mais jovens. O grau de descerebramento da história se mede pelo modo como ele é expulso dos EUA e vai parar no Japão sob a custódia do pai (Brian Goodman), e volta a se envolver em rachas ilegais logo no primeiro dia de aula. Ao destruir o carro do apostador local Han (Sung Kang) tentando dar uma de maioral em cima do rei do Drift (Brian Tee), o negócio dá merda e ele acaba no meio de uma rixa da Yakuza júnior. Obviamente, todas as merdas são provocadas por causa de mulher, no caso a namorada do fodão das pistas (a bonita Nathalie Kelley).
Drift é uma modalidade de competição onde o objetivo é se exibir ou vencer um adversário em circuitos de curvas fechadíssimas, derrapando mais do que correndo em linha reta. Quem é familiar com os jogos da série Need for Speed Underground conhece bem como funciona a parada. Pode parecer à primeira vista que esse negócio de ficar derrapando carrões turbinados não dê material suficiente para um longa-metragem de mais de uma hora e meia, mas a verdade é que, neste quesito, o filme não decepciona. A adrenalina é alta, as disputas são extremamente bem coreografadas e, diz-se, houve um cuidado extremo em realizar o menor número possível de tomadas em CGI. Ponto a favor para a ação, claro. Quem paga para ver um filme de ação espera exatamente isso. História? Desde que não seja muito confusa para entender, quem é que se importa?
Nela ninguém é inocente. Mesmo aqueles com um senso de honra e decência mais elevados, como o mentor que quase lembra um Sr. Myagi mais jovem e ensina o herói a queimar o cosmo nos circuitos de drift para ganhar dos inimigos malvados. Em determinadas cenas, Lucas Black deliberadamente incorpora a entidade "Paul Walker" de atuação. Já o bandidão é, até na aparência, uma reciclagem de Johnny Tran, personagem asiático feito por Rick Yune no primeiro filme. Não podia faltar, é claro, o "mano" importado da Califórnia (Bow Wow --- e isso lá é nome de gente?), e muito neguinho fazendo cara de malvado. E as estrelas maiores, que fazem a festa dos aficcionados: os carros. Um mais animal que o outro.
Pelo requinte visual urbano e pelo dinamismo da narrativa, o filme fica no mesmo nível do segundo. Para desfrutar basta desligar o cérebro.