Cinema

Um Homem de Família

Um Homem de Família
Título original: The Family Man
Ano: 2000
País: Estados Unidos
Duração: 125 min.
Gênero: Drama
Diretor: Brett Ratner (A Hora do Rush 2, Dragão Vermelho, Ladrão de Diamantes)
Trilha Sonora: Danny Elfman (Pequenos Espiões, Planeta dos Macacos [2001], Homem-Aranha)
Elenco: Nicolas Cage, Téa Leoni, Don Cheadle, Jeremy Piven, Saul Rubinek, Josef Sommer, Makenzie Vega, Lisa Thornhill, Harve Presnell, Mary Beth Hurt, Amber Valletta, Francine York, Jake Milkovich, Ryan Milkovich, Ruth Williamson, John F. O'Donohue, Daniel Whitner
Distribuidora do DVD: Europa Filmes
Avaliação: 6

A tradição de filmes natalinos, de tempos em tempos, faz com que os estúdios arrisquem algo na tentativa de renovar um estilo de filme que já está extremamente batido, de qualquer possível ângulo que se olhe. Desde o clássico A Felicidade Não Se Compra, muitos e muitos espécimes do gênero foram produzidos, sendo que a maioria só encontrou público mesmo durante as festas de fim de ano, sendo depois relegada a um inevitável esquecimento. Um Homem de Família não deixa de fazer parte do grupo de obras sobre o Natal, representando uma espécie de variação em torno do tradicional conto de Charles Dickens, várias vezes imortalizado nas telas do cinema.

A vítima da vez, que acabará aprendendo o verdadeiro significado do que é uma família (usando o período natalino como pano de fundo) é o executivo linha-dura Jack Campbell (Nicolas Cage). Após ordenar que todos em sua companhia trabalhem durante todo o Natal, Jack decide intervir em um assalto numa loja de conveniência e evita o pior ao fazer um trato com um meliante (Don Cheadle) por um bilhete de loteria. O bandido, emocionado, revela na verdade ser uma espécie de corretor temporal que dá uma guinada na vida de Jack, fazendo-o acordar no dia seguinte junto à antiga namorada Kate (Téa Leoni), que ele abandonara há mais de 13 anos para seguir a carreira corporativa. Cheadle, como uma espécie de fantasma dos natais passados, força o altivo e orgulhoso Jack a vivenciar como sua vida poderia ter sido, numa jornada que alterará radicalmente seu modo de encarar a vida e a mulher que nunca deixou de amar.

Talvez pelo fato do filme usar o Natal apenas como pretexto para o desenvolvimento da história, a fotografia é geralmente mais quente do que se esperaria de uma obra do tipo. Bem-feitinho e acompanhado da trilha sonora sempre competente de Danny Elfman, a incursão do diretor Brett Ratner no gênero dos filmes-família tem bons momentos, e a maior parte deles acontece quando um deslocado Nicolas Cage tem que lidar com a filha esperta (Makenzie Vega), que acredita que seu pai foi abduzido por alienígenas. Relevando-se a guinada que joga o executivo Jack em sua realidade alternativa (que não faz mesmo muito sentido), o filme tem um começo promissor que não consegue evitar o ritmo arrastado do trecho intermediário da história, quando Jack começa a se dar conta de que gosta mais da mudança do que imagina, reacendendo com sua bela esposa uma relação anteriormente relegada ao esquecimento.

Nicolas Cage e sua personificação de Jack Campbell estão OK, numa performance que com certeza é valorizada pela presença inicial tímida de Téa Leoni. As qualidades da moça são exteriorizadas pouco a pouco e fazem com que, tanto para o marido que caiu de pára-quedas em sua cama quanto para a platéia, todos se rendam à beleza natural da moça e fiquem ao lado de Jack quando o segundo momento decisivo de sua vida se aproxima. A jornada tem lá seus altos e baixos mas, no geral, é agradável e dá um pouquinho de coceira mental em relação às decisões que já tomamos e que ainda tomaremos na vida.

O DVD traz como extras 13 minutos de entrevistas com o elenco principal, o diretor e o produtor, 15 minutos de cenas de bastidores, notas de produção, biografias curtas do diretor e dos protagonistas e, além do próprio trailer, os trailers de Do Que as Mulheres Gostam, Duets - Vem Cantar Comigo, Outono em Nova York e Sob Suspeita.

Texto postado por Kollision em 13/Junho/2005