Cinema

Êxodo - Deuses e Reis

Êxodo - Deuses e Reis
Título original: Exodus - Gods and Kings
Ano: 2014
País: Espanha, Estados Unidos, Inglaterra
Duração: 150 min.
Gênero: Drama
Diretor: Ridley Scott (Perdido em Marte, Alien - Covenant, Todo o Dinheiro do Mundo)
Trilha Sonora: Alberto Iglesias (A Camareira do Titanic, Os Amantes do Círculo Polar, Tudo Sobre Minha Mãe)
Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, María Valverde, John Turturro, Ben Kingsley, Aaron Paul, Ben Mendelsohn, Sigourney Weaver, Hiam Abbass, Isaac Andrews, Ewen Bremner, Indira Varma, Golshifteh Farahani, Ghassan Massoud, Tara Fitzgerald
Avaliação: 7/10

Visto no cinema em 18-JAN-2015, Domingo, sala Cinemark 1 do Shopping Goiabeiras

Exercer qualquer atividade artística que envolva religião nos dias de hoje é extremamente complicado. No cinema, então, nem se fala. Dado o recente desastre de Darren Aronofsky com sua visão extremamente infeliz para a história de Noé, minhas expectativas para este Êxodo - Deuses e Reis eram as menores possíveis. Felizmente, Ridley Scott ainda é de longe um cineasta com muito mais bagagem que Aronofsky, e isso obviamente conta muito no modo como ele retratou a saga bíblica de Moisés (Christian Bale), hebreu que cresceu em meio à realeza egípcia enquanto seu povo era escravizado sob o jugo cada vez mais impiedoso dos faraós. Moisés vem a saber quase por acaso de sua origem, mas a partir daí tem seu destino traçado como líder, salvador e profeta de Israel, enquanto a rusga formada com seu primo real, que vem a se tornar o faraó Ramsés II (Joel Edgerton), é somente um dos fatores que acabam por expulsá-lo da côrte do Egito. E um sonho revelador lhe dará a motivação necessária para iniciar sua missão na Terra. Cristãos esperando representações fieis dos milagres bíblicos irão com certeza se decepcionar com o filme, que adota uma postura cética diante dos relatos do Antigo Testamento e "despolemiza" a figura de Deus ao retratá-lo como uma criança. Coadjuvantes importantes da trajetória do Moisés bíblico são excluídos ou renegados a poucos diálogos, enquanto os fatos se sucedem sem muita pompa – ou mesmo alma – e fica evidente a indecisão de Ridley Scott entre fazer um filme puramente épico e não um longa bíblico. A seu favor contam as boas performances do elenco principal, só não dá pra engolir John Turturro como o faraó-mor Set. Turturro já se desgastou demais em papeis cômicos para ser levado tão a sério.