Cinema

Noé

Noé
Título original: Noah
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Duração: 138 min.
Gênero: Drama
Diretor: Darren Aronofsky (Pi, Réquiem para um Sonho, Fonte da Vida)
Trilha Sonora: Clint Mansell (Man Down - O Terror Da Guerra, No Topo do Poder, A Vigilante do Amanhã)
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Ray Winstone, Anthony Hopkins, Emma Watson, Logan Lerman, Douglas Booth, Leo McHugh Carroll, Marton Csokas, Madison Davenport, Nolan Gross, Dakota Goyo, Nick Nolte, Mark Margolis, Kevin Durand
Avaliação: 3/10

Visto no cinema em 4-ABR-2014, Sexta-feira, sala 7 do Multiplex Pantanal

Que Hollywood já perdeu o rumo há muito tempo quanto às suas fontes de inspiração não é nenhuma novidade, vide a quantidade de refilmagens e subversões lançadas nos últimos anos. Eis que agora os olhos gananciosos dos produtores se voltaram para os pergaminhos bíblicos, neste caso o episódio do Velho Testamento que relata o expurgo da humanidade e seu novo nascimento por meio da família de Noé (Russell Crowe). Ao receber vários sinais do criador, Noé se consulta com seu parente Matusalém (Anthony Hopkins, visivelmente caracterizado como Mestre dos Magos) e chega à conclusão de que sua verdadeira missão é construir uma arca gigantesca para abrigar os animais responsáveis por perpetuar suas espécies após o dilúvio divino que limpará a superfície da Terra de todo o mal provocado pelo homem. Não dá para dizer que ele é auxiliado pela esposa (Jennifer Connelly) ou por algum de seus três filhos ou filha adotada (Emma Watson), pois quem faz todo o trabalho duro são os monstros de pedra descendentes de anjos caídos. Bem, só com essa breve descrição já é possível ter uma ideia de como o filme pode ser capaz de enfurecer os cristãos mais conservadores. Infelizmente esse é o menor dos infortúnios narrativos do longa, um drama pesado e equivocado cujo maior objetivo parece ser distanciar seu protagonista por completo da imagem bíblica que 99% das pessoas têm dele. Como se isso não bastasse, a representação da decadência da humanidade é restrita a um punhado de bárbaros automaticamente condenados à danação. Talvez não seja surpresa, portanto, que seu líder (Ray Winstone) seja o personagem que mais naturalmente se adequa à malfadada empreitada de Darren Aronofsky.