Visto em DVD em 27-OUT-2016, Quinta-feira
O último filme de Charles Chaplin é também um dos mais incompreendidos de sua extensa carreira no cinema. Considerado por muitos o ponto baixo de sua filmografia, além de um fracasso que envolveu os nomes dos astros Marlon Brando e Sophia Loren, A Condessa de Hong Kong está na verdade longe de ser o desastre que muitos alegam. Há, sim, falhas que tiram o brilho do filme como um todo, que se concentram basicamente na escalação de parte do elenco e na inacreditável deficiência na edição da etapa inicial da história. Brando, por exemplo, está totalmente fora de seu ambiente como um bilionário da indústria do petróleo em passagem por Hong Kong. Engessado e sem timing cômico, a falta de sintonia entre ele e os colegas é quase palpável. Sophia Loren, por outro lado, mostra-se uma grata surpresa como a condessa do título, que entra de penetra no navio que leva o bilionário com o intuito de ingressar clandestinamente nos Estados Unidos. O que inicia como uma inevitável rusga termina todo mundo sabe como, mas basta dizer que nesse caso o filme chega ao final em muito melhor forma do que quando começa. O grande destaque vai para Patrick Cargill, que no papel do mordomo arranca boas gargalhadas quando precisa desempenhar um papel delicado no rol de serviços prestados ao patrão. Outra pérola é a participação da veterana Margaret Rutherford, como uma senhora senil que protagoniza uma rápida cena em que é confundida com Sophia Loren por um insistente admirador.
A versão que está no DVD da Paragon não é a original com duração de duas horas concebida por Chaplin, e sim a versão mundial editada que passou a circular após certo tempo de sua existência. Os extras do disco incluem o trailer, uma galeria de pôsteres animada e biografias curtas de Chaplin, Marlon Brando e Sophia Loren.