Visto via Disney Plus em 29-JUL-2023, Sábado
Ao final de Homem-Formiga e A Vespa, lançado em 2018, o Homem-Formiga (Paul Rudd) foi lançado sem cerimônia para dentro da história que mostrou os eventos cataclísmicos de Vingadores - Guerra Infinita e Vingadores - Ultimato. É exatamente por isso que a trama deste terceiro filme nada tem a ver com o segundo, pois ele começa após a dissolução dos Vingadores e reencontra seu principal heroi levando uma vida "normal", se é que isso é possível. Sua preocupação maior agora é com a segurança da filha adolescente (Kathryn Newton), uma jovem brilhante cujos experimentos acerca do universo quântico acabam fazendo com que ambos, pai e filha, e também Hank Pym (Michael Douglas) e Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) sejam tragados para o mundo quântico. Praticamente todo o filme se passa nesse ambiente, um mundo subatômico que funciona como uma dimensão à parte, cheia de habitantes e tecnologia avançada. O conflito que se desenrola nesse mundo tem origem na época em que Van Dyne lá esteve aprisionada (como mostrado em Homem-Formiga e A Vespa) e se viu diante da ameaça de um viajante interdimensional conhecido como Kang (Jonathan Majors). O objetivo de Kang é sair do mundo quântico, mas para isso ele precisa da complicada ajuda de ninguém menos que o próprio Homem-Formiga.
Apesar da recepção morna de público e crítica, Homem-Formiga e a Vespa - Quantumania funciona como um preâmbulo de luxo pois tem papel crucial no estabelecimento da grande nova ameaça do MCU, que chega para substituir a figura de Thanos. Com um design de produção que lembra muito algo como Star Wars, o filme é visualmente deslumbrante em seus melhores momentos, em contrapartida à narrativa que peca por se apressar e não estabelecer muito bem alguns personagens-chave. Os grandes chamarizes são Bill Murray, no papel de um mercenário chamado Krylar, e Corey Stoll, o vilão do primeiro filme que retorna na pele de MODOK, um dos personagens de caracterização mais ousada da história das HQs. O filme também ganha pontos ao se apoiar na relação entre pai e filha para garantir o apelo dramático que precisa, mesmo que isso acabe deixando a Vespa de Evangeline Lilly em segundo plano durante a maior parte do filme. Pelo menos o longa não tem a quantidade de furos de roteiro de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, trabalho de concepção visual semelhante mas fundamentalmente equivocado. Ainda assim, tal qual o segundo filme do mago supremo, essa terceira aventura do heroi diminuto tem ligações com uma série televisiva do MCU, no caso a primeira temporada de Loki (atenção para as cenas pós-creditos).