Cinema

A Máfia Volta ao Divã

A Máfia Volta ao Divã
Título original: Analyze That
Ano: 2002
País: Estados Unidos
Duração: 96 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Harold Ramis (A Sangue Frio [2005], Ano Um)
Trilha Sonora: David Holmes (Código 46, Doze Homens e Outro Segredo, Ato Terrorista)
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow, Joe Viterelli, Cathy Moriarty, Joey Diaz, Jerome LePage, Kyle Sabihy, Joseph Bono, Brian Rogalski, Thomas Rosales Jr., Ted Neustadt, Anthony LaPaglia, Jenna Jameson, James Biberi, Callie Thorne, Firdous Bamji
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 6

Desejar ver mais de personagens bem construídos e que têm a simpatia tanto de público quanto de crítica é natural de qualquer cinéfilo. O ótimo Máfia no Divã que o diga. Praticamente toda a equipe do primeiro filme volta para este segundo, visivelmente com a disposição de fazer algo ainda mais engraçado que antes. Infelizmente, a continuação caiu na categoria clichê de 'o original é melhor, obrigado'.

O filme começa acompanhando a vida cada vez mais difícil do mafioso Paul Vitti (Robert De Niro) na cadeia. Após escapar de algumas tentativas de assassinato, Vitti recorre à única pessoa que pode tirá-lo de lá, o psiquiatra Ben Sobel (Billy Crystal), que se depara com o ex-cliente delirando e cantando músicas de Amor Sublime Amor. Ben recebe da polícia a incumbência de realizar o tratamento de Vitti, que deve ficar sob sua custódia até o dia da inspeção da condicional, para o desespero de sua esposa Laura (Lisa Kudrow). Não demora para o psiquiatra perceber que se encontra num beco sem saída, já que não consegue fazer com que Paul Vitti pare num emprego fixo e aparentemente não pode fazer nada para impedir que o seu passado na máfia volte para assombrá-lo.

Aquela simbiose tão acertada entre De Niro e Crystal continua lá, intacta. O 'processo' que aproxima os dois e rendeu ótimos momentos no primeiro filme continua o mesmo, mas não consegue obter os mesmos resultados. Algumas piadas se repetem, o ótimo Joe Viterelli retorna como o mais engraçado dos consiglieris e há uma dose um pouco maior de violência. O problema maior é que a história perde o rumo lá pela metade, e a idéia de colocar Vitti como consultor técnico de um seriado sobre mafiosos força demais a barra do bom senso. Há um sentimento de desorientação que se instala quando o roteiro tenta não deixar claro se Vitti voltou ou não a ser um criminoso, e o preço que se paga por isso é a redução drástica do nível das tiradas cômicas. A subtrama que envolve a súbita auto-medicação do psiquiatra Ben Sobel em decorrência de seu trauma com a morte do pai acaba, no final das contas, não chegando a lugar algum. E a figura de Patti LoPresti (Cathy Moriarty) nunca fica muito bem esclarecida na história.

Apesar de tudo isso, não se pode dizer que A Máfia Volta ao Divã é ruim. É assistível, tem a classe característica da consagrada dupla de protagonistas. Porém, este segundo esforço do diretor Harold Ramis fica sempre à sombra do primeiro, exceto talvez pela cena em que Anthony LaPaglia tenta imitar o jeito e o sotaque de De Niro para incorporá-lo ao seu show televisivo.

Há um making-of rápido de 10 minutos na seção de extras do DVD, acompanhado do trailer do filme.

Texto postado por Kollision em 29/Julho/2005