Cinema

Amor Sublime Amor

Amor Sublime Amor
Título original: West Side Story
Ano: 1961
País: Estados Unidos
Duração: 152 min.
Gênero: Musical
Diretor: Robert Wise (Dois na Gangorra, Desafio do Além), Jerome Robbins
Trilha Sonora: Leonard Bernstein (Sindicato de Ladrões), Stephen Sondheim
Elenco: Natalie Wood, Richard Beymer, Russ Tamblyn, Rita Moreno, George Chakiris, Simon Oakland, Ned Glass, William Bramley, Tony Mordente, David Winters, Eliot Feld, Bert Michaels, David Bean, Robert Banas, Anthony 'Scooter' Teague, Susan Oakes
Distribuidora do DVD: MGM / Fox
Avaliação: 7

Uma vez um gênero nobre dentro da sétima arte, o musical foi com o tempo caindo em reclusão, devido principalmente ao ocaso da geração de atores cantores/dançarinos surgidos nas décadas de 40 e 50 e a produções cada vez mais voltadas para o entretenimento dinâmico das massas. Exceções recentes foram Chicago e Moulin Rouge, que tentaram de certa forma resgatar uma arte esquecida pela geração jovem e apreciada por poucos iniciados. Dito isso, é preciso saber que Amor Sublime Amor foi sempre referido, ao lado de Cantando na Chuva, como o maior e mais espetacular musical de todos os tempos. Opiniões divergem quando o assunto recai na disputa sobre qual dos dois filmes é o melhor, já que ambos aparentemente partem de premissas diferentes, apresentando no entanto grandiosos espetáculos musicais que encantam gerações há décadas.

O tema central do filme não é segredo para ninguém. Uma releitura da clássica história de Romeu e Julieta, traz os conflitos envolvendo duas gangues rivais que disputam as ruas num subúrbio de Nova York. Os Jets são os nativos novaiorquinos, polacos que se acham os donos naturais do pedaço. Os Sharks, formados por imigrantes porto-riquenhos fascinados pelo american way of life, tentam obter seu espaço a todo custo. Como se não bastassem as rixas normais entre adolescentes desmiolados, Tony (Richard Beymer), um dos líderes dos Jets, apaixona-se perdidamente pela doce Maria (Natalie Wood), a prima do estourado líder dos Sharks, Bernardo (George Chakiris). Cada vez mais envolvidos num romance que tem tudo para dar errado, seu relacionamento irá se entrelaçar de modo trágico com as crescentes desavenças entre as gangues.

Desde a cena inicial até o trágico final, a ação de Amor Sublime Amor é entremeada a números musicais variados, cujas letras e melodias variam do mediano ao excelente. Entre os pontos altos estão a performance de Natalie Wood sentindo-se bela e cantando I Feel Pretty e os Jets em sua gozação com o policial Krupke. Os momentos românticos também brilham, valorizados pela química entre o casal Wood e Beymer. George Chakiris e Rita Moreno receberam Oscars de atores coadjuvantes, entre as 10 estatuetas (incluindo a de melhor filme) que a película amealhou na premiação de 1962.

O estranho de ser apresentado a um clássico tão amado e ao mesmo tempo tão desconhecido por uma geração que cresceu assistindo a filmes de ação descerebrados é a inicial falta de sintonia com um modo de fazer cinema que exige, acima de tudo, pré-disposição para apreciar uma estrutura de filme radicalmente diferente de praticamente tudo o que é feito hoje em dia. É evidente, por exemplo, que o carinho que a platéia nutre pelos personagens de Amor Sublime Amor só é adquirido após algumas várias sessões do filme. Romântico e utópico, com um elenco em sua esmagadora maioria jovem e imerso numa história essencialmente mundana, Amor Sublime Amor é um filme cujo valor para cada pessoa parece crescer com o tempo. Só mesmo uma segunda ou uma terceira sessões poderão confirmar ou desacreditar minha atual opinião.

A edição padrão do DVD lançado pela MGM/Fox apresenta como único extra o trailer de cinema. No entanto, foi lançada recentemente uma versão dupla do DVD, com um número mais generoso de apresentações especiais.

Texto postado por Kollision em 8/Dezembro/2004