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Filmes Vistos em Novembro - Parte 3

O Buraco (Nick Hamm, 2001) 4/10

Com: Thora Birch, Desmond Harrington, Laurence Fox, Keira Knightley, Daniel Brocklebank

Suspense irregular que usa o velho estratagema de colocar vários personagens narrando os acontecimentos para que a platéia tire suas conclusões sobre quem está dizendo a verdade. Na maior parte do tempo é uma adolescente (Thora Birch) quem relata a idéia de girico que ela e mais três amigos tiveram de se trancar numa casamata escondida para fugir de uma viagem de campo da escola. Seu objetivo é unicamente se dar bem com o cara pelo qual está apaixonada, mas algo dá errado e eles ficam trancados no lugar. Por um lado o roteiro funciona (como na narrativa dos adolescentes) mas por outro é completamente sem pé nem cabeça (a investigação policial sobre o que teria acontecido no buraco). A pérola escondida aqui são as rápidas cenas de topless de Keira Knightley, que tinha apenas 15 anos quando fez o filme!

Mandando Bala (Michael Davis, 2007) 6/10

Com: Clive Owen, Paul Giamatti, Monica Bellucci, Stephen McHattie, Daniel Pilon

Um filme divertido. Mulher grávida perseguida por um bando de atiradores é ajudada por um estranho destemido (Clive Owen). Ela morre, e o cara passa a proteger o bebê recém-nascido com a ajuda de uma prostituta leiteira (Monica Bellucci). Na cola dos dois vem o chefe dos bandidos (Paul Giamatti) e sua horda, com os motivos mais estapafúrdios possíveis para eliminar o bebê. A história é ligada por arremedos narrativos cujo único propósito é manter os tiros voando pela tela non-stop – as deduções dos dois inimigos são impressionantes em sua "genialidade intuitiva". Clive Owen descarrega aqui o que ele teria feito caso tivesse sido escolhido como o novo Bond, enquanto Giamatti se lança numa atuação psicótica, exagerada e invariavelmente cômica. De normal mesmo, só Monica Bellucci e sua voluptuosidade italiana.

El Grito de la Muerte (Fernando Méndez, 1959) 5/10

Com: Gastón Santos, María Duval, Pedro de Aguillón, Antonio Raxel, Carolina Barret

A.K.A. The Living Coffin – Exemplar típico do cinema de horror mexicano da década de 50, da safra que exercitava uma mistura de gêneros que sempre tornava os filmes pelo menos dignos de uma conferida. El Grito de la Muerte é também um faroeste graças ao seu protagonista, um cowboy misterioso que vai atrás de um artefato arqueológico ligado à famosa lenda da "chorona", uma mulher fantasmagórica que faz suas vítimas perto de um pântano assombrado. Enquanto a atmosfera lúgubre garante bons momentos de suspense, a edição de som deficiente praticamente arruina o filme nas cenas de briga de bar. A história também poderia ter passado sem um ator principal tão rígido e sem o sidekick dorminhoco e suas gracinhas cômicas. O filme, porém, pode ser considerado bacana dentro de sua curta duração, com uma estrutura narrativa que chega a lembrar os desenhos clássicos da turma do Scooby-Doo.

Planeta Terror (Robert Rodriguez, 2007) 7/10

Com: Rose McGowan, Freddy Rodríguez, Marley Shelton, Jeff Fahey, Michael Biehn

A declaração de amor de Robert Rodriguez ao cinema de horror underground da década de 70, parte do projeto conjunto realizado com Quentin Tarantino, é quase tudo o que seu nome evoca, no melhor sentido possível e imaginável. O filme tem sangue em profusão, uma história tão barata quanto impossível e personagens que vão do trágico ao hilário. A textura é envelhecida, impregnada por arranhões na película (artificiais, claro) e editada com os solavancos típicos das projeções de periferia. Só faltou mesmo uma boa dose de mulher pelada para a festa ficar completa. Não que eu esteja reclamando da presença esfuziante de Rose McGowan, a vítima dos zumbis que na parte final do filme tem a perna amputada restaurada com uma metralhadora dos infernos. Ela é um dos colírios (a outra é a loiraça Marley Shelton, subaproveitada) em meio à putrefação que toma conta da tela quando uma névoa verde contamina uma cidadezinha e lentamente transforma todo mundo em canibais remelentos. Atenção para as participações de Tarantino como um militar degenerado, de Bruce Willis como o disseminador da praga e da dublê de cantora Fergie sendo estripada viva numa auto-estrada.

Meu Adorável Sonhador (Richard Wenk, 1999) 4/10

Com: Andy Garcia, Andie MacDowell, Richard Bradford, Andre Blake, Laura Harris

Mais um drama "legalzinho" (leia-se: metido a comédia romântica) que tenta se sustentar somente com o carisma de seus protagonistas. Em especial de Andy Garcia, já que Andie MacDowell é uma das mulheres mais sem graça que já deram as caras no cinema americano, e nem mesmo chega a ser bonita. Com outra atriz em seu lugar, o filme poderia até ter sido memorável. Ela é uma chef batalhando por um lugar ao sol em Nova York, que já não agüenta a falta de perspectivas de seu relacionamento com Garcia, um cambista largado e incorrigível em suas tramóias, porém bem humorado e charmoso. O surgimento de um concorrente na vida do cara, a visita do Papa à cidade e a ida da moça para Paris tentam tirar a história do ponto morto, mas nada chama a atenção como deveria. Tudo é bastante morno, num meio-termo entre a típica Sessão da Tarde e o Super Cine de sempre.

Divagações postadas por Kollision entre 28-NOV e 1-DEZ de 2007