Essa semana deparei-me com a foto e o Schlagzeile acima, mostrando um pobre animal sendo usado para corrigir mais uma das inúmeras imbecilidades concebidas pelo próprio ser humano. Infelizmente, a foto não era acompanhada de nenhum texto descritivo sobre o método dos "técnicos" para encontrar as minas. Logo, tudo o que podemos fazer é imaginar como estes cientistas usam os pobres bichos para seus nobres objetivos.
Será que o rato é treinado mesmo? Será que ele recebeu todas as orientações antes de partir em sua missão suicida? Como farejar uma mina, como proceder em caso de encontrar uma, como se movimentar preso ao cabo de aço de forma a evitar uma morte horrível e dolorosa e, acima de tudo, como se reportar ao humano se retornar com vida de sua missão e não encontrar mina nenhuma?
Pela sua posição na foto, diria-se que ele está em plena ação, afoito para cumprir sua nobre missão e impressionar os técnicos. Um olhar desprovido de hesitação, cujo único horizonte e objetivo é salvar seres humanos de uma morte horrível ou da possível amputação de uma perna, um braço, um tornozelo, uma unha, um joelho, um metacarpiano, um dedão... Nobre rato! Amarrado a uma corda enquanto seu destino é decidido e milhões de pessoas ao redor do mundo admiram sua coragem numa foto de 385 x 234 pixels! Pobre rato! Que deixará órfãos seus filhinhos e filhinhas em algum recanto úmido e quente da África, e provavelmente jamais poderá se deleitar com as gostosuras da natureza novamente. Belo rato! Cujas dimensões nem ao menos podemos saber ao certo, já que a fotografia não é muito elucidativa. Seria ele do tamanho de um camundongo comum, ou mesmo parente do gigantesco Ben, um dos personagens principais da película A Vingança de Willard?
Afinal, por que não colocar os responsáveis por plantarem as minas para retirá-las? "Ah, mas eles não podem ser encontrados!!!". Quem pôs as minas? Os militares, em tempos de guerra? Invasores pagãos em campanha durante alguma guerra obscura de algumas décadas atrás? Gente do próprio país, em guerra civil? Que tal pegar a cambada que comanda esses negócios hoje e amarrá-los a um cabo, para utilizarem seus dons olfativos e farejarem minas terrestres? Se as dívidas passam de gestão a gestão na política, por que não passam também neste caso?
Texto postado por Kollision em 25/Setembro/2004