Adotando como praxe agora toda virada de mês, estarei fazendo um resumo dos filmes vistos no período, como bom cinéfilo que se preze. No fórum de cinema que freqüento isso é costume comum de todos.
Mas, antes de começar, quero esclarecer algo. Quando criei este site, eu já tinha a idéia clara de que o tema predominante seria cinema. Óbvio, né? Bem, também estabeleci como meta escrever alguns parágrafos sobre TODOS os filmes que visse a partir de então, fosse a coisa mais escabrosa do mundo ou uma obra-prima. Isso tinha dois motivos principais:
Nem sempre estamos com vontade de escrever, não é mesmo? Viver de números e ser apaixonado por letras dá nisso de vez em quando. Por isso, alguns dos leitores podem ter a impressão de que meus textos sobre alguns filmes soam meio desleixados... Mas saibam que, mesmo com muita preguiça às vezes, minha força de vontade tem sido suficiente para manter minha meta.
Bem, agora podemos começar a retrospectiva!
A maioria dos filmes vistos no mês de Agosto foram na realidade revistos, o que significa que eu já os tinha assistido ao menos uma vez. Isso aconteceu por vários motivos. O mais importante deles foi uma meta que estabeleci logo nos primeiros dias do mês, que foi a maratona A Hora do Pesadelo. Freddy foi meu ídolo de adolescência, e continua sendo um ícone do terror. Hoje, mais maduro, e graças à maravilha tecnológica chamada DVD, pude assistir a todos os filmes da série sob uma ótica mais experiente. E concluí que, com exceção dos filmes dirigidos pelo mestre Wes Craven (o primeiro e o último), a melhor continuação é a parte 4 (aquela mesmo, em que Freddy é ressuscitado pelo xixi de um cachorro e uma garota se transforma numa barata).
Outra maratona menor foi A Morte Pede Carona. Assisti aos dois na mesma semana, com uma certa expectativa quanto ao segundo, que não é uma perda total mas também não inova em nada. Interessante notar que a heroína da continuação fica a cara da Juliana Paes na metade final do filme. Se alguém tiver a oportunidade, confira!
De comédias românticas até que estive bem-servido, com Legalmente Loira e o ótimo Afinado no Amor. O cantor de casamentos Adam Sandler declamando Somebody Kill Me para uma atônita Drew Barrymore é já uma cena antológica, ao menos para mim. E Zoolander, representante da vertente que alia sátira a humor completamente imbecil, também teve uma outra chance. Ben Stiller é legal.
No meu gênero preferido, além de Freddy Krueger, pude conferir a derrapada feia de John Carpenter com o seu A Cidade dos Amaldiçoados e a obra-prima Carrie, a Estranha, verdadeiro show de Brian De Palma. Ainda me lembro de como meu pai falava de boca cheia de Carrie, muito antes de eu assistir ao filme pela primeira vez. Decidi revê-lo por culpa de Pino Donaggio, depois de ouvir a trilha sonora (que achei quase de graça num sebo da vida) numa noite com vento soprando de forma sutilmente assustadora pela sacada semi-aberta.
Se a ficção científica esteve bem representada por filmes razoáveis como Eu, Robô e Jornada nas Estrelas, sem mencionar a porcaria em que se tornou Guerra dos Mundos após todos esses anos, o gênero de ação teve como representantes Spartacus e Mulher-Gato. Foi estranho assistir Spartacus, que traz Kirk Douglas no papel-título, sendo que sou da geração que cresceu vendo Michael Douglas encarar crocodilos no braço em Tudo por uma Esmeralda... Tal pai, tal filho. Incrível. O que fez o filme rolar um pouco a ribanceira do meu apreço cinematográfico foi o diálogo final entre Spartacus e seu amigo Antoninus, papel de Tony Curtis. Assistam e vejam se concordam ou não comigo. Quanto a Mulher-Gato, admito que o principal motivo de eu ter assistido foi para ver Halle Berry em colante. Mesmo com meu irmão declarando aos quatro ventos que o filme era um lixo sem nem ter visto a tão malfadada película, fui assistir logo depois da estréia. Só posso dizer que foi menos bomba que Demolidor, que na minha opinião é o verdadeiro desastre dessa nova onda de filmes baseados em HQs.
E teve ainda Era uma Vez no Oeste. O western é para mim um gênero estranho, pelo menos em minha vida adulta. Pretendo incorporar mais filmes de bangue-bangue em meu acervo, e dei um puta passo inicial com essa obra-prima. É claro que, do Sergio Leone, os próximos que verei é a trilogia dos dólares.
Houve espaço ainda para um drama/romance legal (Diário de uma Paixão), com uma atriz que é simplesmente linda: Rachel McAdams, vista recentemente também em Meninas Malvadas. Ela ainda vai dar muito o que falar, tenho certeza.
A surpresa do mês foi o alardeado papel de vilão de Tom Cruise em Colateral. Meu desejo no dia era ver Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, que infelizmente só iria começar a ser projetado à noite. Entrei na sala para ver Colateral sem muita expectativa, e saí bastante satisfeito. Ótimo filme. Com clichês evidentes, é claro, mas ainda assim ótimo. Talvez merecesse até uma nota melhor da minha parte.
Como sou um cara também vidrado em música, as trilhas do mês que merecem destaque foram Carrie (quase insuperável), Jornada nas Estrelas (Jerry Goldsmith clássico), Era uma Vez no Oeste (Morricone colaborando em uma quase ópera do western), Colateral (muito boa) e A Hora do Pesadelo (motivo inconfundível criado por Charles Bernstein). Canções que passaram a fazer parte do meu repertório foram Perfect Day do Hoku (Legalmente Loira) e Nightmare (cantada por Tuesday Knight em Pesadelo 4 / obrigado, Freddy!). Tem ainda I'm Awake Now, música dos Goo Goo Dolls que abre Pesadelo 6, e que ainda vou conseguir, se eu tiver sorte!
Texto postado por Kollision em 3/Setembro/2004