Visto no cinema em 18-FEV-2010, Quinta-feira, sala 7 do Multiplex Pantanal
Realizada há praticamente 70 anos, a primeira versão da história mais conhecida do lobisomem no cinema marcou época, transformou em astro um ator abaixo da média (Lon Chaney Jr.) e preencheu a imaginação de muitas gerações vindouras. Ensaiada já há alguns anos, a releitura que ganha vida pelas mãos do diretor Joe Johnston e pela pele de Benicio Del Toro – que, convenhamos, tem traços lupinos mesmo sem maquiagem na cara – atualiza e engrossa a história, os efeitos e a violência. A premissa clássica permanece: Larry Talbot (Del Toro) é o filho pródigo que retorna à propriedade da família na Inglaterra após o misterioso desaparecimento do irmão, reencontrando o pai que não via há anos (Anthony Hopkins) e a cunhada preocupada (Emily Blunt). A causa dos infortúnios locais não poderia ser outra senão os ataques de uma criatura infernal durante as noites de lua cheia. Como era esperado, Del Toro se entrega como pode ao papel, amparado pelos colegas de elenco. O único porém é Hugo Weaving que, como o policial encarregado de capturar o monstro, não consegue abandonar a carranca do agente Smith da série Matrix. O final é anunciado a léguas de distância, mas o valor do longa reside mais no teor de choque presente nos rompantes de violência e no excelente aspecto gótico do filme, adornado por uma trilha sonora claramente inspirada no trabalho de Wojciech Kilar para o Drácula de Francis Ford Coppola (1992). Por todo o esmero estético, O Lobisomem é sessão obrigatória para os fãs do gênero.