Cinema

A Vida É Bela

A Vida É Bela
Título original: La Vita È Bella
Ano: 1997
País: Itália
Duração: 116 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Roberto Benigni (O Monstro)
Trilha Sonora: Nicola Piovani
Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giustino Durano, Giorgio Cantar, Lidia Alfonsi, Horst Buchholz, Sergio Bini Bustric, Giuliana Lojodice, Amerigo Fontani, Pietro De Silva, Francesco Guzzo, Raffaella Lebboroni, Marisa Paredes, Claudio Alfonsi, Gil Baroni
Distribuidora do DVD: Imagem Filmes
Avaliação: 8

Grande êxito na época de seu lançamento, A Vida É Bela tornou o comediante italiano Roberto Benigni mundialmente famoso. O fascínio da comunidade internacional foi tão grande que Benigni chegou a receber o Oscar de melhor ator por sua performance neste filme, que amealhou ainda as estatuetas de melhor roteiro original e melhor filme estrangeiro (estragando a festa do brasileiro Central do Brasil). Fábula romântica e anti-belicista, insere-se naturalmente dentro na mesma categoria de obras como O Grande Ditador, de Charles Chaplin, ao qual Benigni é às vezes comparado. A verdade é que não é para tanto. Mas há, sim, grandes qualidades no filme do italiano.

Em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, Guido (Benigni) chega a um vilarejo acompanhado de seu amigo poeta, para trabalhar como garçom no restaurante do tio. Ele logo se apaixona pela professora da escola local (Nicoletta Braschi), e faz de tudo para conquistá-la em meio a momentos de puro pastelão e até mesmo certo exagero. Seis anos depois, já casado com sua amada e com um filhinho pequeno, Guido vê sua família ser arrastada para um dos campos de concentração alemães. Disposto a não deixar que o filho se aperceba dos horrores dos momentos finais da guerra, ele faz de tudo para maquiar a realidade do garoto, transformando-a numa espécie de gincana de férias.

A proposição de fábula insinuada na segunda metade do filme exige uma certa pré-disposição da platéia em relevar alguns absurdos claros. Isso fica mais fácil pelo fato de haver aqui uma distinção extremamente clara entre o primeiro e o segundo atos da história, que poderiam muito bem ter sido contados em filmes diferentes. A ameaça alemã está à espreita em toda a primeira e romântica parte, mas jamais dá a perceber que passará disso, uma ameaça apenas. Quando a linha do tempo acelera a situação muda bruscamente, ainda que mantendo o tom humorístico. É então que a sensibilidade do roteiro apresenta seus melhores momentos, entre eles a seqüência em que o garoto cisma que quer ir embora e a ocasião em que Guido reencontra seu amigo alemão, um médico fanático por adivinhações. O castelo de cartas erguido pelo palhaço que faz acreditar que a guerra é uma diversão parece indestrutível, mesmo quando o desespero começa a tomar conta dos alemães e as vidas de todos no campo de concentração ficam à mercê do acaso.

Há mérito na interpretação de Benigni? Com certeza. O suficiente para um Oscar de melhor ator? Não exatamente. Como o dedo dele está em todo o filme, e pelo fato da obra ser extremamente tocante, o Oscar de filme estrangeiro foi merecido. O garotinho que faz Giosué, seu filho, também está muito bem, e a trilha de Nicola Piovani é um espetáculo à parte.

O DVD apresenta como extras as biografias de Benigni e da esposa Nicoletta Braschi, notas de produção, o trailer do filme e muitos, muitos trailers de outros títulos lançados pela Imagem Filmes, muitos deles herdados do selo Grupo Paris Filmes.

Texto postado por Kollision em 1/Dezembro/2004