Visto em DVD em 17-DEZ-2010, Sexta-feira
Em 1982, a indústria da informática e o mercado de vídeo-games ainda engatinhava em muitos sentidos, numa condição que apontava para possibilidades imensas. Dentro do meio cinematográfico, Tron foi provavelmente o fruto mais escapista oriundo de tais possibilidades, uma ficção científica que correu muitos riscos ao desafiar padrões e criar um mundo virtual de nuances suficientemente elaboradas para sustentar um longa-metragem. Produzido pela Disney, o filme apresentou efeitos especiais revolucionários ao retratar a história de Flynn (Jeff Bridges), brilhante programador e jogador de vídeo-game que vive invadindo o sistema da empresa de onde foi injustamente expulso. Quando sua presença começa a incomodar o chefão da companhia (David Warner), o cara se alia a dois colegas que ainda estão trabalhando no lugar para conseguir os arquivos que está tentando recuperar há meses. Só que no processo ele acaba sendo absorvido pela interface de um super computador, sendo transportado para um mundo virtual onde softwares tomam a forma humana de seus programadores e um programa mestre malvado ameaça aniquilar toda a existência. O lado bom de Tron é que Jeff Bridges tem carisma suficiente para compensar a antipatia do restante do elenco. Além disso, os efeitos especiais têm um charme que provavelmente só os fãs de história da tecnologia digital conseguem apreciar nos dias de hoje. O lado ruim é que, infelizmente, há problemas graves no roteiro e no ritmo do filme, que em determinado momento se arrasta de forma sofrível. Mas o calcanhar de Aquiles mesmo é a maneira equivocada com que a história é estabelecida, já que o salto inicial para a suspensão de descrença é gigantesco. Tron pode ter valor nostálgico inestimável para quem viveu o início dos anos 80, mas a verdade é que o filme não envelheceu nada bem.
O filme foi seguido por Tron - O Legado (2010).
A edição em DVD da Disney é uma vergonha, não vem com um extra sequer!