Visto via Netflix em 28-JUN-2020, Domingo
Inspirado nos ambiciosos projetos futuristas de Walt Disney, este filme narrativamente ousado faz de tudo para maravilhar o espectador com ótimos efeitos especiais, uma bela fotografia e elenco charmoso e acertado. O único problema é o escopo, que enche a história com vários bolsões e não convence muito bem na caracterização da realidade alternativa que se materializa quando uma adolescente sonhadora e obstinada (Britt Robertson) toca num button colorido que lhe foi dado por uma garotinha misteriosa (Raffey Cassidy). Ao tentar descobrir de onde ele veio, a garota acaba indo de encontro a um inventor brilhante e amargurado (George Clooney) que se vê obrigado a sair de sua zona de conforto para ajudá-la. O preâmbulo para essa sinopse é bastante longo, e o filme em si somente sai do ponto morto em torno dos 40 minutos de projeção. Por um tempo a fascinação de mantém, mas sempre que os personagens começam a filosofar demais fica evidente o descompasso entre o desejo que o filme tem de ser importante e a deficiência com que se propõe a fazê-lo. Nunca fica claro, por exemplo, qual é a verdadeira índole da imponente figura feita por Hugh Laurie. O que existe de mais interessante em Tomorrowland, portanto, é a discussão acerca de até onde é possível conferir aspectos humanos a aparatos dotados de inteligência artificial.