Visto via Netflix em 1-JUN-2020, Segunda-feira
O maior problema de O Silêncio talvez seja o fato dele ser contemporâneo de outro filme de temática muito similar que foi também um relativo sucesso comercial (Um Lugar Silencioso), mesmo tendo sido realizado antes. A história começa com uma exploração subterrânea que acaba libertando uma manada de criaturas assassinas que remetem a uma mistura horrenda de morcegos e pterodáctilos. Não tarda para que várias cidades e estados sejam completamente paralisados pelos bichos, que são cegos e se orientam unicamente pelo som. Contrariando as orientações do governo para ficar em casa, uma família decide fugir de carro mas acaba ficando presa no meio do furacão. Forçados a procurar abrigo, eles aprendem da pior forma possível que não basta somente ficar em silêncio absoluto para sobreviver. Se por um lado o filme é tecnicamente bem feito e conta com cenas de ação bem realizadas, numa amostra clara de como John Leonetti evoluiu na cadeira de diretor ao longo dos anos, O Silêncio sofre com um roteiro que apresenta graves conflitos de lógica. Isso fica mais evidente quando alguns novos personagens são introduzidos no terceiro ato, numa tentativa de impor um clima bizarro e trazer uma transformação radical à família em fuga. Infelizmente a história também peca por terminar de maneira anticlimática e abrupta, como se a produção tivesse ficado sem recursos.