Visto no cinema em 17-JAN-2010, Domingo, sala 4 do Multiplex Pantanal
Já fazia bastante tempo que não se via uma adaptação cinematográfica do mais famoso personagem criado por Arthur Conan Doyle, por isso a expectativa tão alta em torno do filme de Guy Ritchie. Seu Sherlock Holmes, no entanto, é uma dissonância moderna que somente utiliza o conceito literário original para entregar um trabalho que soa mais como um trambolho disforme, um filme sem alma com uma pretensão estética e narrativa que não consegue ser bem-sucedida em retratar a verdadeira essência detetivesca que emana das páginas dos livros. Aqui Holmes (Robert Downey Jr.) e Watson (Jude Law) se vêm às voltas com um lorde praticante de magia negra (Mark Strong) que é executado mas volta para aterrorizar Londres com ameaças apocalípticas. Em meio ao vai e vem da história temos ainda Irene Adler (Rachel McAdams), uma mulher indecifrável que passa por interesse amoroso do detetive - uma liberalidade maior do filme e ponto de ancoragem de um roteiro que exacerba os contornos homossexuais entre a dupla de protagonistas. Qual o motivo disso afinal? Será a viadagem cênica uma tendência cada vez mais presente nestes filmes modernosos? Sob qualquer ponto de vista, há poucos momentos de empolgação em Sherlock Holmes, que também peca por ser sombrio demais. Mark Strong compõe um vilão de memoráveis características draculescas e Jude Law está bem como o não tão fiel escudeiro Watson, mas Robert Downey Jr. se mostra uma caricatura de muitos outros personagens que já fez antes.
Ainda não foi dessa vez que desbancaram O Enigma da Pirâmide com o filme mais bacana que já vi sobre Sherlock Holmes.
A continuação Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras foi lançada dois anos depois.