Cinema

Sentinela

Sentinela
Título original: Sentinel
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Duração: 108 min.
Gênero: Policial
Diretor: Clark Johnson (S.W.A.T.)
Trilha Sonora: Christophe Beck (Escola de Idiotas, Licença para Casar, A Pantera Cor-de-rosa 2)
Elenco: Michael Douglas, Kiefer Sutherland, Eva Longoria, Kim Basinger, David Rasche, Martin Donovan, Raynor Scheine, Ritchie Coster, Kristin Lehman, Raoul Bhaneja, Simon Reynolds, Gloria Reuben, Blair Brown, Clark Johnson, Yanna McIntosh, Geza Kovacs
Avaliação: 7

Em tempos de terrorismo em escala global e ameaças de bomba e explosão pipocando direto em aeroportos e estações de metrô, um filme que retrata a rotina de segurança máxima que cerca o presidente dos Estados Unidos é quase um convite de luxo para o aprendizado dos conspiradores que desejam de alguma forma atingir a nação mais poderosa do globo. Considerando-se, no entanto, que o filme em questão é um produto bem-acabado direcionado exclusivamente ao entretenimento das massas, e que só mesmo quem está dentro do circuito retratado no longa sabe o quanto do que é nele mostrado corresponde à realidade, o jeito é relaxar e curtir mais este jogo de gato e rato com elenco tarimbado no gênero.

Pete Garrison (Michael Douglas) é um agente veterano do serviço secreto americano, e um dos homens de confiança do próprio presidente dos Estados Unidos (David Rasche). De currículo irretocável, sua única grande mancada foi se apaixonar por uma das pessoas que deve proteger com a vida. E ela é ninguém menos que a própria primeira dama (Kim Basinger). Quando um de seus colegas é assassinado e seu mais confiável informante revela que uma trama para assassinar o presidente está em andamento, Garrison aciona todos os agentes numa pesada investigação, liderada por seu ex-amigo e atual desafeto David Breckinridge (Kiefer Sutherland). Os eventos, porém, se desenrolam de tal forma que logo o principal suspeito por estar liderando o complô de assassinato é o próprio Garrison, que precisa usar de toda sua experiência para sobreviver à caçada implacável de Breckinridge, proteger o presidente e provar sua inocência.

Tudo é muito bem feito e dentro dos padrões do bom cinemão hollywoodiano de suspense policial, o que ganha uma força ainda maior com a presença do medalhão Douglas e de um quase sósia do agente Jack Bauer feito pelo próprio Kiefer Sutherland na série 24 Horas. A ação é dinâmica, e há uma tentativa de se criar um estilo modernoso em torno da idéia do combate ao terrorismo dentro da alta cúpula americana, que desaparece tão logo a teia de traição é jogada sobre o agente Garrison. O roteiro é enxuto, mas força um pouco no início do conflito ao dar uma importância demasiada ao informante com cara de Tom Green depois de uma boa surra. Felizmente, o restante da trama envolve e consegue desenvolver uma boa relação de antagonismo/respeito entre Garrison e Breckinridge, expondo as fraquezas de um em relação ao outro nos momentos apropriados e preparando o terreno para a revelação final.

Nem mesmo a ainda bela Kim Basinger e a revelação plástica tardia Eva Longoria escapam das suspeitas em torno de quem possa ter armado a sacanagem sobre o personagem de Michael Douglas. Longoria só foi inserida como uma coadjuvante de luxo, quiçá para dar uma sensação mínima de simpatia para o inicialmente impassível Kiefer Sutherland. Uma coisa é certa: mais uma vez, e não é a primeira vez que escrevo isso por aqui, a história do filme cai na categoria do "cara fodão que se estrepa todo por causa de uma mulher bonita". Não tem jeito, não tem controle que segure o poder da influência feminina sobre um homem. Coincidentemente, um dos candidatos a recordista em protagonizar filmes do tipo é ninguém menos que o próprio Michael Douglas.

Sentinela diverte, e serve para confirmar o tino do diretor televisivo Clark Johnson (que faz aqui o papel do primeiro agente assassinado) para o comando de filmes policiais, mostrado também em seu único trabalho anterior de vulto, o longa S.W.A.T..

Texto postado por Kollision em 18/Agosto/2006