Visto no cinema em 4-NOV-2010, Quinta-feira, sala 6 do Multiplex Pantanal
Caminhões de sangue e muita maquiagem realista para um festival de gore, numa refilmagem que tinha tudo para ser bombástica graças aos recursos cinematográficos hoje disponíveis. Apesar de tudo isso, este novo Piranha consegue ficar abaixo do esperado. O conflito praticamente inexiste, sendo criado e desenvolvido a partir das piores bobagens e clichês do gênero. A ideia básica é que um terremoto provoca uma fissura no fundo de um lago, libertado um cardume de piranhas pré-históricas assassinas no cais de uma cidadezinha turística apinhada de gente. Quem percebe a ameaça é a xerife (Elisabeth Shue), que obviamente não vai conseguir tirar o povo da água a tempo. Em paralelo, seu filho adolescente (Steven R. McQueen) se torna o pivô de um encalhamento no lago que coloca em risco crianças, mulheres nuas e um diretor de filmes pornográficos (Jerry O'Connell, talvez o personagem menos ruim de todos). O humor feito sobre o universo adolescente é datado, e o esperado humor negro só consegue provocar alguma resposta quando recorre a desmembramentos extremos. Isso seria tolerável para um pastiche com proposta semelhante, mas o desfecho tem a capacidade de ser um dos mais imbecis de todos os tempos. Basta dizer que não há recompensa para a jornada, e a impressão que fica é que o filme termina porque o dinheiro acabou. Os efeitos 3D, mais uma vez feitos na pós-produção, continuam a patinar em cenas de close dos atores. Em se tratando de piranha, o negócio é mesmo desenterrar o original de 1978, que tinha menos panca e muito mais charme.