Visto via Netflix em 5-FEV-2024, Segunda-feira
O que fazer se você acordar dentro de uma câmara criogênica completamente desmemoriado e for informado pelo computador que a sua reserva de oxigênio está em 35%? Essa é a premissa inicial de Oxigênio, suspense de ficção científica que evolui a conta-gotas à medida em que sua protagonista (Mélanie Laurent) tenta entender o que está acontecendo para evitar um desfecho inevitável. Primeiros percalços incluem, por exemplo, descobrir quem ela é de fato, porque ninguém veio em seu auxílio ainda e porque o computador a impede de abrir a câmara criogênica a todo custo. O cenário limitado e claustrofóbico é ocasionalmente colocado de lado para que o roteiro exiba recortes de pistas para o mistério, algo que para os mais antenados em ficção científica escapista não é assim tão difícil de desvendar. Por outro lado, Oxigênio se revela ao espectador com uma narrativa em camadas retratada com inteligência e sem arroubos de efeitos especiais, jamais optando pela exposição fácil. Os diálogos, por exemplo, ocorrem quase todos entre a atribulada prisioneira e a inteligência artificial responsável por contê-la (voz de Mathieu Amalric), somente se ramificando quando ela consegue estabelecer breves contatos com pessoas de fora. No mais, o desfecho não desabona o resultado final mas vai um pouco além do que deveria para um trabalho de natureza tão minimalista.