Visto via Netflix em 5-ABR-2022, Terça-feira
Fantasia escapista que traz um libelo crítico, poético e satírico sobre o meio ambiente a indústria alimentícia, Okja é um filme incomum que só poderia sair da mente de um diretor coreano trabalhando com elenco e equipe ocidentais. O personagem-título do filme é um superporco gigante cuja espécie foi criada por engenharia genética como solução para o problema da fome mundial. Sua financiadora (Tilda Swinton) entrega vários filhotes do bicho para fazendeiros ao redor do mundo, e depois de dez anos seleciona o mais bem-sucedido deles para ser o porco-propaganda do projeto, que está prestes a ser revelado ao mundo. Com a ajuda de um neurótico apresentador de TV (Jake Gyllenhaal), Okja é escolhida e levada aos Estados Unidos, mas a garota que cresceu e viveu ao seu lado por anos (Seo-hyun Ahn) fará de tudo para trazer o animal de volta ao seu habitat nas montanhas coreanas. Ela é ajudada ao trancos e barrancos por um grupo da FLA (Frente de Libertação dos Animais) liderado por um obstinado defensor dos direitos dos bichos (Paul Dano). De início lento e meio desconjuntado, Okja lentamente ganha força em meio a cenas de ação com um roteiro carregado de detalhes cômicos, em direto contraste com o desfecho ousado. Em suma, o filme começa meia boca mas termina razoavelmente bem. É na abundância de contrastes que se identifica o quanto Bong Joon Ho não se furta a manter o estilo característico do cinema coreano moderno.