Visto no cinema em 11-MAR-2008, Terça-feira, sala 3 do Multiplex Pantanal
O ocaso de gerações já ganhou muitas representações ao longo da história do cinema. Algumas contundentes, algumas fracas e outras como esta epopéia de violência dos irmãos Coen. Interpretá-la parece ser tarefa difícil, ou talvez isso seja apenas a idéia que os Coen querem que façamos de seu filme, pura e simplesmente. O que dizer, afinal, de um homem (Josh Brolin) que encontra uma maleta de dinheiro em meio a uma chacina no deserto e passa a ser perseguido por um psicopata homicida (Javier Bardem), enquanto um policial prestes a se aposentar (Tommy Lee Jones) segue uma rotina que apenas remotamente poderá levá-lo a se encontrar com o assassino?
Tem gente capaz de encontrar certa profundidade na história - que se passa em 1980 - discorrendo sobre o modo como um novo tipo emergente de violência afeta aqueles que, assumidamente, estão no topo de uma cadeia social em constante evolução. Sobre como as similaridades entre o novo e o velho se chocam num conflito cujo desfecho é inevitável. Enquanto cinema, policial e suspense, a execução principal é uma demonstração impressionante de técnica. O resultado geral, no entanto, é maculado por um trecho final decepcionante, desinteressante e verborrágico. Nada que justifique um Oscar de melhor filme.
Em tempo: achei o personagem de Javier Bardem praticamente uma nova versão do psicopata de Rutger Hauer em A Morte Pede Carona, clássico dos anos 80.