Visto em DVD em 11-JUL-2007, Quarta-feira
A.K.A. The Living Dead Girl – Assim como os vampiros de Jean Rollin não são nada como os demais vampiros retratados no cinema, assim o é a morta-viva (Françoise Blanchard) que dá nome a este filme. A gênese da personagem e o seu reingresso no mundo dos vivos é o que há de mais trivial e insípido na história: a moça volta a andar após três anos dentro de seu caixão, graças ao derramamento de um produto tóxico (como ela preservou a beleza intacta durante todo esse tempo é uma incógnita jamais explicada).
Mas tudo bem, pois trata-se de uma obra de Rollin. A narrativa logo envereda para uma ambientação única e incômoda, assim que a morta-viva reencontra sua melhor amiga e por ela passa a ser protegida (de novo a sempre presente temática de duas amigas/heroínas em apuros). A profusão de gritos aterrorizantes é algo pelo qual este filme mais provavelmente ficará marcado na memória, pois poucas são as obras de horror que realmente utilizam o recurso como meio de construção de uma atmosfera eficiente. A nudez ocasional das atrizes não soa fetichista, e nem mesmo erótica, apenas deixa descoberto algo que muitos filmes tolhidos pela censura não podem mostrar. O que, em filmes de genuíno horror, é muitas vezes um atentado. E se a maquiagem do gore às vezes comete deslizes tenebrosos, pelo menos ela consegue ser extremamente eficiente nos melhores momentos da história. Como na tomada da cena final, definitivamente um dos melhores desfechos malditos dentro do gênero.
La Morte Vivante é um crescendo macabro de fundo gótico-etéreo que provoca reações confusas de atração e repulsão, graças ao estilo inconfundível de Jean Rollin, e com certeza representa um dos melhores esforços do cineasta em matéria de puro horror.
O DVD de Região 1 da Redemption vem com áudio em francês e legendas em inglês (os diálogos dos personagens americanos, falados em inglês, não têm legendas). Os extras se resumem ao trailer francês e a uma galeria de fotos animada.