Visto em DVD em 10-OUT-2008, Sexta-feira
Com a industrialização corporativa maciça que impregnou o cinema mundial a partir dos anos 90, não é de se estranhar que cineastas marginais e independentes como Jean Rollin diminuíssem seu ritmo produtivo. A verdade é que, somente pelo fato de continuar a fazer filmes, Rollin é ao mesmo tempo um vitorioso e um anacronismo moderno. Quando parecia que seu modo de filmar estava morto e enterrado, eis que ele volta à ativa com este Killing Car, provavelmente uma das produções mais pobres do cineasta francês.
A falta de budget já fica evidente nos créditos de abertura. Mas quem conhece os trabalhos de Rollin sabe que isso nunca foi empecilho para a realização de obras interessantes. A má notícia é que Killing Car é, sim, muito ruim. A decepção é grande na história de uma asiática misteriosa (Tiki Tsang) que rouba um carro e sai matando aparentemente a esmo, deixando sobre os corpos das vítimas miniaturas de carros. A coisa só funciona quando a câmera pára para o diretor desfilar seu instinto voyeurístico e numa espetacular cena em particular que mostra a assassina desaparecendo nas sombras (uma coisa sutilmente sinistra). As cenas de ação são uma vergonha, e do modo como as coisas são retratadas parece até que a França é uma extensão do Texas, onde todo mundo tem uma arma.
O disco da Salvation/Redemption é região 0, com áudio original em francês e legendas opcionais em inglês. Na seção de extras há um documentário de 25 minutos sobre Jean Rollin intitulado Virgins and Vampires, uma pequena galeria de fotos e os trailers de Nature Morte e Aquarium (2004).