Cinema

Missão Impossível

Missão Impossível
Título original: Mission: Impossible
Ano: 1996
País: Estados Unidos
Duração: 110 min.
Gênero: Ação/Aventura
Diretor: Brian De Palma (Olhos de Serpente, Missão Marte, Femme Fatale)
Trilha Sonora: Danny Elfman (Marte Ataca!, MIB - Homens de Preto, Flubber - Uma Invenção Desmiolada)
Elenco: Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Béart, Henry Czerny, Jean Reno, Ving Rhames, Vanessa Redgrave, Kristin Scott Thomas, Emilio Estevez, Dale Dye, Marcel Iures, Ion Caramitru, Ingeborga Dapkunaite, Andreas Wisniewski
Distribuidora do DVD: Paramount Pictures
Avaliação: 8

A série de espionagem de carreira mais longa da história da TV foi ao ar entre 1966 e 1973 e contou neste período com nada menos que 171 episódios, tendo sido ressuscitada por mais duas temporadas em 1988. O seu sucesso e sua influência podem ser medidos pelo fato de que, mesmo que ninguém tenha colocado os olhos na série ou nos filmes estrelados por Tom Cruise, todos reconhecem de imediato a famosíssima música-tema composta por Lalo Schifrin, que viria a se tornar com o tempo um sinônimo para qualquer "missão impossível". O programa tinha como foco as aventuras de uma equipe de agentes secretos do governo dos Estados Unidos, que operava em paralelo com a CIA e era intitulada IMF (Impossible Mission Force), lidando com todos os tipos de ameaça criminosa em nível nacional e até mundial.

Neste primeiro longa-metragem baseado no seriado, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) faz parte de uma equipe de operativos do IMF que atua sob a liderança do astuto Jim Phelps (Jon Voight, assumindo aqui o papel do principal nome da série televisiva, originalmente feito por Peter Graves). Numa das missões do grupo em Praga, que consiste em seguir um atravessador e recuperar um disquete com informações cruciais sobre todos os agentes em atividade ao redor do mundo (a tal lista "NOC"), todos são surpreendidos numa emboscada e assassinados, com exceção de Hunt e da bela esposa de Phelps (Emmanuelle Béart). Transformado em suspeito número um de ser um agente duplo, Hunt passa a ser caçado pela equipe de seu superior (Henry Czerny), mas toma a dianteira do conflito ao convocar a ajuda de mais dois agentes desautorizados, um hacker (Ving Rhames) e um piloto freelance (Jean Reno), para conseguir o disquete com os dados das mãos da CIA, negociá-lo com seu misterioso comprador e, de quebra, limpar seu nome.

O filme destoa de várias coisas, tanto para o lado bom quanto para o lado ruim (principalmente para os fãs saudosistas do seriado original, neste último caso). Do lado bom, o maior ganho de Missão Impossível está na presença de Brian De Palma na cadeira de diretor, o que garante uma finesse sem par nas várias cenas de suspense e traz de volta alguns dos momentos de grande iluminação do cineasta, que vinha de uma saudável onda de filmes mais voltados para o entretenimento desde Os Intocáveis (1987). Do lado ruim, basta dizer que, bem, o filme é enfático ao declarar o fim de uma era dentro do histórico da série, e o conseqüente início de outra. E isto não poderia estar mais relacionado ao fato de Tom Cruise ser ao mesmo tempo o produtor e o astro principal do espetáculo. Sai o trabalho de equipe que foi a marca registrada da série, entre o enfoque em apenas um personagem. O que nem chega a ser tão incômodo assim, dada a estrutura do roteiro e o pepino em que o agente Ethan Hunt acaba se metendo.

Mesmo assim, há de se reconhecer que esta é uma adaptação bem mais fiel ao espírito do original que a sua continuação, dirigida por John Woo em 2001. Ela mantém por mais tempo o clima e o charme criados pelo famoso "briefing" - a emblemática mensagem que se auto-destrói em segundos após ser recebida, dando início a toda a aventura do episódio. As várias reclamações a respeito da suposta complexidade da trama que surgiram quando o filme foi lançado não procedem, sendo o roteiro razoavelmente bem amarrado. O filme de De Palma tem sua cota de bugigangas, disfarces, reviravoltas e ação impossível, indo neste último ponto além dos limites e saindo fora dos eixos em seu clímax explosivo e inverossímil, o que é uma pena. Mas a presença estonteante de Emmanuelle Béart só faz confirmar minha idéia de que mesmo os homens mais frios e centrados são capazes de cometer erros e perder as estribeiras por causa de uma mulher bonita.

A série continua em Missão Impossível 2, produzido em 2000.

O único extra presente na edição simples do DVD da Paramount é o trailer de cinema.

Texto postado por Kollision em 20/Abril/2006