Revisto em DVD em 8-ABR-2015, Quarta-feira
Em sua essência, O Último Exorcismo nem chega a ser um filme de exorcismo. O protagonista, por exemplo, é um charlatão que vive de fazer teatro e extorquir famílias inocentes e pessoas vitimadas por alguma instabilidade mental. Dessa forma a pessoa possuída, que novamente é uma mulher (quando o cinema terá a coragem de apresentar um possuído do sexo masculino?), fica à mercê da entidade maligna que nem chega a distorcer muito seu corpo (se bem que o pouco que aparece é mérito da própria atriz, sem qualquer tipo de efeito especial). Eu considero a história razoavelmente eficiente em sua proposta desmistificadora, ainda que o desfecho opte por uma saída convencional para o conflito. Uma das curiosidades dessa revisão foi reconhecer o Banshee de X-Men - Primeira Classe no papel do irmão revoltado da garota possuída, o único que consegue perceber a falsidade por trás dos atos do pastor exorcista. Ou estaria ele escondendo algo mais das plateias fãs do gênero found footage? Por falar nisso, tal estética parece ter sido completamente abandonada na continuação, lançada três anos depois.
O único conteúdo extra do DVD da Playarte são os trailers de Instinto de Vingança, REC 2 - Possuídos e Centurião.
Visto no cinema em 29-SET-2010, Quarta-feira, sala 4 do Multiplex Pantanal
Quase desanimei quando O Último Exorcismo começou, porque fiquei com medo de um tema tão batido ser desperdiçado em mais um daqueles filmes de tons documentais derivados do seminal A Bruxa de Blair. Quase dormi, até. Felizmente, o filme consegue pegar no tranco quando revela que o tal pastor fervoroso (feito por Patrick Fabian, que tem a cara e o jeito de Woody Harrelson) na verdade perdeu a fé e se converteu num charlatão que vive de fazer exorcismos de fachada. Disposto a documentar com detalhes aquele que será seu "último" trabalho e desmistificar a falsidade por trás do fenômeno, o cara se junta a dois amigos e parte para sua última missão: exorcizar uma jovem de 16 anos (Ashley Bell) que foi possuída no descampado rural da Louisiana. Não é preciso dizer que ele vai, pela primeira vez na vida, encarar seu primeiro desafio verdadeiro contra os enviados do capeta. A ambientação é boa: Louisiana + cenário rural desolador + família desestruturada + muita merda varrida para debaixo do tapete = história que ao menos vale a pena ser vista. Patrick Fabian tem o mérito de manter a coesão do filme, que conta com um final completamente sinistro e anti-hollywoodiano.