Cinema

E Se Fosse Verdade

E Se Fosse Verdade
Título original: Just like Heaven
Ano: 2005
País: Estados Unidos
Duração: 95 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Mark Waters (As Crônicas de Spiderwick, Minhas Adoráveis Ex-Namoradas, Os Pinguins do Papai)
Trilha Sonora: Rolfe Kent (Armações do Amor, Reine sobre Mim, As Muitas Mulheres de Minha Vida)
Elenco: Reese Witherspoon, Mark Ruffalo, Donal Logue, Dina Waters, Jon Heder, Ben Shenkman, Ivana Milicevic, Rosalind Chao, Chris Pflueger, Kerris Dorsey, Alyssa Shafer, Ron Canada
Distribuidora do DVD: Dreamworks Home Entertainment
Avaliação: 8/10

Revisto em DVD em 24-FEV-2009, Terça-feira

Para os românticos, o apelo de histórias como a deste filme é irresistível. O fato de Mark Waters conseguir suspender a descrença com eficiência é, portanto, o fator-chave de uma experiência que apesar de derivativa continua engraçada e relativamente inspiradora.

Esta revisão atestou as boas qualidades do filme, que não se furta a flertes perigosos com as nuances bregas decorrentes do conflito espiritual do casal central. Apesar disso, quando o roteiro faz tudo certinho e o carisma dos protagonistas se encarrega de garantir a atenção que a história necessita, o que pode dar errado?

E Se Fosse Verdade é facilmente subestimável. Mas não se iluda, trata-se de um bom filme. Ainda mais porque ele tem Ivana Milicevic num papel pequeno, mas absolutamente radiante em sua efêmera exuberância. Se é que vocês me entendem!

Os extras do DVD consistem de uma faixa de comentários em áudio com o diretor e parte da equipe técnica, um making-of de 15 minutos, outro especial de mesma duração que foca o elenco, cinco minutos de erros de gravação, quatro cenas excluídas (incluindo um apressado final alternativo) e os trailers de Wallace & Gromit - A Batalha dos Vegetais e Orgulho e Preconceito.

Texto postado por Kollision em 5/Janeiro/2006

E Se Fosse Verdade é um título tão ingrato para este filme quanto é o Just like Heaven original. Não há muito de paraíso nele, para falar a verdade. A história é uma versão moderna de Ghost que finca o pé na comédia romântica e deixa o aspecto trágico de lado. Ainda bem que a execução saiu melhor que a escolha do título e o resultado mostra-se bastante agradável, principalmente para um filme cuja roupagem de enlatado pode não empolgar muito à primeira vista.

A médica workaholic Elizabeth (Reese Witherspoon) quase não sai do hospital onde passa a maior parte do seu tempo, mas a muito custo sua irmã (Dina Waters) a convence a comparecer a um jantar e conhecer um pretendente. Infelizmente, a coitada vem a sofrer um terrível acidente de carro e parte dessa para melhor. Quando o inquieto David (Mark Ruffalo) finalmente encontra um apartamento para alugar, ele é surpreendido pela súbita presença de Elizabeth durante uma de suas primeiras noites no lugar. Só que agora ela já não passa de um espírito de atitude forte e extremamente inconveniente, ansiosa para que o estranho saia de seu apartamento. Só no momento em que David decide investigar a vida da garota é que ele sente que ela o deixará em paz. Mas a solidão crônica de ambos não passa despercebida um do outro.

Cineminha pipoca de boa qualidade, este novo projeto do incensado Mark Waters (que parece estar se especializando em comédias do tipo) pode muito bem ser o seu melhor trabalho até hoje. Divertida na medida certa sem abusar demais de clichês, a história da fantasma que se apaixona por um vivo e vice-versa tem um charme que se solidifica cada vez mais à medida em que os dois pombinhos interagem em cena. A versatilidade de Mark Ruffalo é finalmente aproveitada num papel principal, o que com certeza fará com que o cara seja notado pelas grandes massas. A figura de Witherspoon é praticamente a mesma de tantas outras comédias que ela já fez do tipo, ou seja, a moça está simpática durante a maior parte do tempo.

A vontade de fazer tudo bonitinho, claro, põe alguns aspectos do filme em xeque. O mais grave deles é algo constatado próximo do seu fim... Afinal, quando é que alguém de pele tão lisinha dá de cara com um caminhão em alta velocidade e não herda nenhuma cicatriz sequer em seu belo rosto? As complicações do roteiro romântico também enveredam por caminhos de plausibilidade extremamente duvidável. Nada que seja relacionado ao aspecto esotérico do filme, característica que deve ser aceita logo de cara para que se aproveite a história. Logo, quem não tem afinidade nem precisa chegar perto.

De brinde, a obra de Waters vem embalada com uma trilha sonora bacana, que inclui uma inspirada canção do The Cure nos créditos finais. Grande jogada para garantir que todo mundo saia da sessão de astral melhor do que quando entrou.