Cinema

Johnny English

Johnny English
Título original: Johnny English
Ano: 2003
País: Inglaterra
Duração: 88 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Peter Howitt
Trilha Sonora: Edward Shearmur (As Panteras Detonando, Um Encontro com Seu Ídolo!, Capitão Sky e o Mundo do Amanhã)
Elenco: Rowan Atkinson, Natalie Imbruglia, Ben Miller, John Malkovich, Greg Wise, Steve Nicolson, Kevin McNally, Tim Pigott-Smith, Oliver Ford Davies
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 6

Revisto em DVD em 13-OUT-2007, Sábado

Constatação rasteira na revisão desta (medianamente) divertida farsa sobre os agentes secretos britânicos: Natalie Imbruglia deveria tentar mais vezes se aventurar nas telas de cinema – principalmente por ela ter sumido do cenário musical depois de um excelente disco de estréia (Left of the Middle, 1998) e de outro disco não tão bom assim (White Lilies Island, 2002).

O filme ganhou uma continuação em 2011, intitulada O Retorno de Johnny English.

Texto postado por Kollision em 26-DEZ-2004

Famosíssimo devido ao personagem televisivo Mr. Bean, o comediante inglês Rowan Atkinson até há pouco tempo jamais havia feito um longa-metragem como protagonista. Apesar das participações em filmes como Tá Todo Mundo Louco (Jerry Zucker, 2001) ou Simplesmente Amor (Richard Curtis, 2003), Atkinson nunca teve sua veia cômica plenamente aproveitada na tela grande. Por isso mesmo é que sempre acreditei que ele fosse um cômico limitado, que sempre se apoiou em caras e bocas que nunca tiveram muita graça fora de seu país natal, a Inglaterra. Eis que a paródia aos filmes de espionagem à la 007 chamada Johnny English chega para tentar corrigir e, quem sabe, redirecionar a imagem limitada que o comediante ainda possui junto a uma parcela da platéia mundial.

Quando, por um golpe do destino (mas nem tanto), todos os agentes secretos a serviço da inteligência britânica morrem tragicamente, a única esperança que resta é trazer de volta o último dos super agentes secretos, Johnny English (Atkinson). Acompanhado por seu fiel, sensato e prestativo auxiliar Bough (Ben Miller), English é encarregado de proteger as jóias da coroa inglesa e, após seu inevitável roubo, localizá-las. A trama se complica quando o inescrupuloso empresário francês Pascal Sauvage (John Malkovich), famoso por construir prisões para criminosos, planeja assumir o trono da Inglaterra e acaba cruzando o caminho do destemido, mas desmiolado, herói. Correndo por fora está a bela Lorna Campbell (a cantora Natalie Imbruglia), que aparece e desaparece misteriosamente das cenas dos crimes.

A idéia por trás de Johnny English funciona até certo ponto, exatamente quando o roteiro, em sua reta final, inclui absurdos que dão medo e fornece saídas muito fáceis ao enrosco em que o agente se encontra. O papel do 007 às avessas poderia ter sido feito por qualquer outro, mas a fleuma britânica e a cara de idiota de Rowan Atkinson caem como uma luva na patetice característica. Ainda que não totalmente desprovido de cérebro, mas com um tino espetacular para se equivocar nas situações mais simples possíveis, e mesmo assim sempre disposto a seguir em frente, English é constantemente salvo por seu ingênuo companheiro Bough, em seqüências que rendem os melhores momentos do filme. A relação dos dois chega a lembrar bastante a de um certo inspetor Clouseau e seu ajudante Kato. Outro aspecto hilário é, sem dúvida, o sotaque francês que John Malkovich empresta ao vilão da história. Infelizmente Natalie Imbruglia, cantora australiana já com certa experiência em novelas televisivas e aqui fazendo o interesse amoroso do herói, poderia ter sido mais bem aproveitada.

Contendo ainda cenas de ação de relativo apuro técnico, Johnny English fica na média como sátira, e como comédia tem seus momentos inspirados. O argumento do filme é, curiosamente, derivado do personagem de uma série de propagandas que o próprio Rowan Atkinson fez no passado. Johnny English é a prova de que o comediante, quando cercado por um elenco e equipe decentes e com alguma história para contar, pode até ser divertido.

Para chegar aos 8 minutos de cenas excluídas na seção de extras do DVD é preciso responder a cinco perguntas sobre alguns trechos selecionados do filme. Vale a pena encarar o questionário, pelo menos para conferir as cenas que mostram o quanto o vilão Sauvage poderia ser ainda mais violento do que o modo como foi mostrado no filme. Há ainda um making-of de quase meia hora, fichas dos personagens e apresentações em DVD-ROM.