Visto via Netflix em 12-JUN-2016, Domingo
Em seu derradeiro capítulo no cinema, a adaptação para a obra de Suzanne Collins tenta entregar um amálgama anabolizado do que foi mostrado nos filmes anteriores. No entanto, ao enfatizar a ação sem se preocupar com os demais detalhes do roteiro, o filme se mostra absurdamente previsível em suas patéticas tentativas de suscitar surpresa, além de ser extremamente injusto com vários personagens secundários que são relegados a aparições no fundo da tela ou a participações breves sem qualquer propósito narrativo. Depois dos resgates realizados no capítulo anterior, a heroína da revolução e ex-campeã dos tais jogos vorazes Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) toma para si a missão de assassinar o temido presidente Snow (Donald Sutherland), indo contra as ordens expressas da líder da rebelião (Julianne Moore). Ela invade a capital acompanhada de vários aliados, entre eles o instável Peeta (Josh Hutcherson), que continua tendo arroubos psicóticos que o transformam num assassino cruel quando menos se espera. A realidade concebida pela produção continua a transitar entre o tom pseudo-psicodélico e o surreal de botequim, com cidades transformadas em gigantescas arapucas onde não se vê pessoas nas ruas - no que é apenas uma das inconsistências absurdas de um universo que nunca chegou a funcionar a contento na minha opinião. O epílogo é desnecessário e longo demais, assim como o filme em si.
O diretor Francis Lawrence retornou à série com Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, cuja história se passa muitos anos antes do primeiro Jogos Vorazes e foi lançado em 2023.