Visto via Netflix em 15-MAR-2020, Domingo
Grande expoente do faroeste de tons mais sérios e realistas, Matar ou Morrer é um clássico que também carrega uma aura muito forte de crítica cultural e política para a época em que foi realizado. Recém-casado e prestes a deixar o cargo, o xerife de uma cidadezinha no meio do nada (Gary Cooper) cancela a partida em lua-de-mel com sua esposa (Grace Kelly) quando fica sabendo que um dos maiores malfeitores que prendeu está chegando à cidade no trem do meio-dia, com planos claros de se vingar com o auxílio de um grupo de capangas. Prevendo que um tiroteio sangrento se aproxima, ele tenta arregimentar aliados para enfrentá-los mas só encontra o descaso tanto de antigos aliados quanto daqueles que poderiam ajudá-lo a defender a cidade. Tenso e muito bem filmado, Matar ou Morrer dá uma aula no que diz respeito à construção de suspense, fazendo com que a figura do vilão que vai chegar seja puramente construída a partir das reações dos inúmeros personagens que orbitam a rotina do xerife obstinado em fazer o certo. Em suma, um faroeste atemporal e obrigatório para os cinéfilos que desejam conhecer grandes clássicos da sétima arte. Gary Cooper teve a carreira renovada com o sucesso do filme, que marca também o primeiro grande papel da belíssima Grace Kelly no mundo do cinema. Mesmo sem grande participação dramática a moça rouba a cena completamente, eclipsando o outro grande nome feminino da história (Katy Jurado, no papel da ex-companheira do xerife).