Cinema

99 Mulheres

99 Mulheres
Título original: Der Heiβe Tod
Ano: 1969
País: Alemanha Ocidental, Espanha, Inglaterra, Itália, Litchenstein
Duração: 98 min.
Gênero: Drama
Diretor: Jesus Franco (Garota do Rio, Venus in Furs, Pesadelos Noturnos)
Trilha Sonora: Bruno Nicolai
Elenco: Maria Rohm, Maria Schell, Herbert Lom, Mercedes McCambridge, Rosalba Neri, Luciana Paluzzi, Valentina Godoy, Elisa Montés, José María Blanco, Mike Brendel, Elsa Zabala, Ana Lucarella, Olívia Pineschi, Juan Antonio Riquelme, María Vico
Distribuidora do DVD: Continental
Avaliação: 6/10

Visto em DVD em 25-NOV-2010, Quinta-feira

Um aviso: a edição lançada pela Continental para 99 Mulheres é baseada na versão francesa do filme, que traz cenas pornográficas não filmadas por Jesus Franco e adicionadas por algum produtor inescrupuloso disposto a lucrar ainda mais com o longa en française. Estas inserções de mau gosto desfiguram o trabalho de tal forma que fica difícil avaliá-lo sob o ponto de vista ideal, isto é, como um drama prisional de nuances suavemente fetichistas.

O filme começa com a chegada de várias condenadas a um presídio feminino de segurança máxima. A misteriosa prisioneira número 99 (Maria Rohm) torna-se o pivô dos conflitos entre as detentas, que são administrados com mão de ferro pela diretora (Mercedes McCambridge) e pelo governador em exercício (Herbert Lom, o inspetor Dreyfus da série original da Pantera Cor-de-rosa). Cada vez mais insustentável, a situação das presas só tem chance de mudar com a chegada de uma diretora (Maria Schell) que tem ideias radicalmente diferentes da atual gestão. Talvez por ser um dos pilares e por isso mesmo um dos primeiros filmes do subgênero conhecido como WIP (Women in Prison), 99 Mulheres não é marcado pelos aspectos mais proeminentes de tais obras, como a violência, o sadomasoquismo e a nudez desenfreada (não estou levando em conta as inserções pornográficas). Pode-se dizer que o filme é quase sério em sua proposta (até porque o elenco conta com nomes de peso), sendo valorizado por uma boa fotografia, pelo bom trabalho de câmera e pelo elenco feminino de encher os olhos, cujo maior trunfo é no meu ponto de vista a esbelta Rosalba Neri (Lucifera). Dentro da filmografia de Franco, o longa pode ser visto como um embrião bem comportado de Sadomania (1981). Só faltou mesmo um desfecho mais conclusivo, mas seu status de clássico underground é inegável.

Os extras do disco se resumem a uma biografia curta de Jesus Franco e uma galeria animada de vários pôsteres de seus filmes.