Visto via Netflix em 1-JUN-2014, Domingo
Devido ao tema inocentemente metafísico, com o passar dos anos Feitiço do Tempo veio a adquirir uma aura quase mítica entre os apreciadores de comédias cinematográficas, sendo ao mesmo tempo um dos filmes cult mais mainstream de todos os tempos e também farta matéria para gurus de auto-ajuda. Mérito do diretor Harold Ramis, que se manteve fiel à ideia original do roteiro e escalou o colega Bill Murray para o papel principal. Na história, Murray é o entediado meteorologista de uma rede de TV que é enviado para cobrir pela enésima vez um ritual de previsão do inverno numa cidadezinha qualquer do interior caipira do país, o qual gira todo ao redor de uma marmota (o animal que também dá o nome do filme em sua forma original: Groundhog Day significa "Dia da Marmota"). Em meio à sua arrogância, o cara acaba preso num loop infinito e acorda todos os dias às seis da manhã no mesmo dia, com todas as memórias até aquele momento. Pouco a pouco ele começa a perceber que cada um de seus atos traz diferentes consequências àqueles ao seu redor, em especial à produtora de TV (Andie McDowell) que ele passa a ver com outros olhos. O romantismo que aflora na reta final é o contraponto ideal para a canastrice de Murray, que parece ter nascido para o papel. O cara é tão naturalmente asqueroso que é somente através da ideia de que ele vive o mesmo dia eternamente que podemos admitir que ele é capaz de mudar.