Cinema
O Grande Ditador
Ano: 1940
País: Estados Unidos
Duração: 125 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Charles Chaplin (Monsieur Verdoux, Luzes da Ribalta, Um Rei em Nova York)
Trilha Sonora: Charles Chaplin, Meredith Willson
Elenco: Charles Chaplin, Jack Oakie, Paulette Goddard, Reginald Gardiner, Henry Daniell, Billy Gilbert, Grace Hayle, Carter DeHaven, Emma Dunn, Maurice Moscovitch, Bernard Gorcey, Paul Weigel, Chester Conklin, Esther Michelson, Hank Mann, Florence Wright
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação:
Revisto em DVD em 29-NOV-2015, Domingo
Entre outros méritos, O Grande Ditador foi o primeiro filme inteiramente falado de Charles Chaplin, que notoriamente resistiu durante anos ao advento do som no cinema. Apesar de Tempos Modernos ter flertado discretamente com alguma sonoplastia, foi somente aqui que o astro/diretor se soltou completamente ao interpretar dois papeis num trabalho politicamente satírico e humanamente engrandecedor. Ele é ao mesmo tempo o ditador Adenoid Hynkel, que almeja o domínio de sua nação Tomania sobre todas as outras, e um barbeiro judeu que retorna para casa depois de anos sendo tratado para amnésia após servir na Primeira Guerra Mundial. Hynkel não é outro senão Adolf Hitler, que na época da produção do filme já era uma figura a ser temida em toda a Europa, e quando de seu lançamento já havia deflagrado a Segunda Guerra. Elaborado sobre esquetes interligadas dentro do roteiro simples mas eficiente, O Grande Ditador alterna o foco entre a rotina cada vez mais sufocante do barbeiro judeu, que cai de pára-quedas numa realidade que carece de qualquer sentido, e a megalomania histriônica de seu sósia. Os lados visionário e cômico de Chaplin se encontram quando ele veste a carranca de Hynkel, em especial durante os discursos feitos num alemão de araque (hilário se você consegue entender ao menos um pouco do idioma) e em seus encontros com o ditador italiano Napaloni (Jack Oakie), que obviamente plagiariza Benito Mussolini. E se o desfecho utópico desabona o lado narrativo do filme, ele ao menos serve como uma grande mensagem de paz entre os homens numa época em que a tolerância parecia estar cada vez mais rara em boa parte do mundo.
O primeiro disco da edição dupla vem com o filme. Os extras do segundo disco incluem o documentário de 55 minutos O Vagabundo e o Ditador (narrado por Kenneth Brannagh), 25 minutos de imagens de bastidores filmadas em cores por Sydney Chaplin, uma cena de 1919 de Carlitos como barbeiro que não chegou a ser aproveitada em seus filmes (7 minutos), 3 minutos de cenas selecionadas de Monsieur Verdoux, galeria de pôsteres de O Grande Ditador e uma coletânea de mais de 20 minutos com cenas famosas de outros trabalhos de Chaplin.