Revisto em DVD em 16-ABR-2011, Sábado
Há algumas semanas atrás estava eu a estudar em meu computador, no meu quarto, quando notei que alguém estava a escutar What a Feeling na rua. Imediatamente fui ao Youtube pesquisar o videoclipe da música, que deve ter tocado umas 5 vezes seguidas naquela noite. E aquela coceirinha de vontade de ver o filme bateu durante dias, até que não resisti e catei o DVD numa Lojas Americanas da vida. E tem gente que ainda diz que não somos influenciados pelo meio em que vivemos...
What a Feeling é provavelmente a canção que mais simboliza a cultura pop dos anos 80. Ganhou merecidamente o Oscar da categoria, impulsionando o sucesso da trilha sonora de Flashdance e, com isso, o sucesso do filme. A outra grande responsável por esse sucesso responde pelo nome de Jennifer Beals. Ela é o corpo e a alma de um longa que tinha tudo para chafurdar na lama do esquecimento, como muitos outros semelhantes. Simples, a história se limita a mostrar a rotina da moça como soldadora de uma indústria durante o dia e dançarina de boate à noite. Estonteante, observadora, sonhadora e impulsiva, a moça deseja entrar para uma renomada escola de dança, mas carece de capacitação formal e só pode contar com sua própria experiência de vida. Flashdance é um conto de fadas urbano e completamente irreal, estruturado em sequências de videoclipe e pontuado por bolhas de pieguice romântica. É aqui também que encontramos aquela que é considerada por alguns a cena mais implicitamente erótica da história do cinema (Beals e o namorado no restaurante). Historicamente, o filme é importante por representar a primeira parceria entre os produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer, estabelecendo muito da estética oitentista que dominaria o cinemão de Hollywood pelo resto da década. Bobo? Sim, mas ao mesmo tempo um colírio para olhos cansados e um alimento rasteiro para a alma, especialmente se você sabe o que Irene Cara está cantando na letra de What a Feeling.
Por falar nisso, clique aqui para ver uma performance fantástica da Sra. Cara, gravada em 2006 na Austrália.
A primeira edição em DVD da Paramount é seca, sem um extra sequer.