Cinema
Premonição
Ano: 2000
País: Estados Unidos
Duração: 97 min.
Gênero: Terror
Diretor: James Wong (O Confronto, Premonição 3, Dragonball Evolution)
Trilha Sonora: Shirley Walker (Premonição 2, A Vingança de Willard)
Elenco: Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith, Seann William Scott, Chad Donella, Kristen Cloke, Amanda Detmer, Tony Todd, Daniel Roebuck, Roger Guenveur Smith, Brendan Fehr, Forbes Angus, Lisa Marie Caruk, Christine Chatelain, Barbara Tyson, Robert Wisden, P. Lynn Johnson, Larry Gilman
Distribuidora do DVD: Playarte Home Video
Avaliação:
Prestes a decolar do aeroporto de Nova York com sua turma de escola rumo a Paris, o jovem Alex (Devon Sawa) tem um pressentimento horrível de que o avião explodirá em pleno ar. Graças a seu escândalo e às suas súplicas para que todos deixem a aeronave, quatro colegas (Kerr Smith, Seann William Scott, Chad Donella e Amanda Detmer), uma professora (Kristen Cloke) e uma moça desconhecida (Ali Larter) são retirados do avião. Atônitos, todos observam do hangar a explosão que mata todos os que estavam a bordo do vôo. Além de serem interrogados pelo FBI, eles precisam conviver à sua maneira com a tragédia, que não pára simplesmente na perda dos colegas. Um a um, os sobreviventes começam a morrer de forma misteriosa, como se a "morte" em pessoa estivesse vindo buscar um por um por terem escapado de seu abraço graças à intervenção de Alex.
O filme é uma cria maldita, ou sobra, depende do ponto de vista, da série Arquivo X. Tanto o diretor James Wong quanto Glen Morgan, que ajudou-o a escrever o roteiro, faziam parte da equipe criativa responsável pela fase mais bem-sucedida do seriado. Premonição é nada menos que o reaproveitamento de uma das idéias rejeitadas para o universo de Mulder e Scully, numa espécie de variação em cima dos moldes do sub-gênero slasher adolescente, tão popular ao longo da década de 90. A variação fica por conta do vilão da história, que é invisível, habita o imaginário das pessoas e jamais poderá ser derrotado. Afinal, a morte eventualmente vem para todos.
Como a premissa é, por si só, interessante, dá para se curtir o filme numa boa, pelo menos durante seus três primeiros quartos. Isso porque, infelizmente, o mesmo mal que acomete a maioria das obras de horror contemporâneas de eficiência mediana acontece também aqui: a suspensão de descrença perde um pouco a força quando o roteiro se aproxima do clímax, forçando demais algumas situações e desobedecendo as leis básicas da lógica. Enquanto a história fica restrita exclusivamente às artimanhas do destino e os personagens não tentam interpretar o futuro, o que se vê é uma boa dose de suspense bem feito. Porém, a teoria formada pelo protagonista sobre quem é o próximo a ser levado pela morte não cola muito bem, numa racionalização simplista que tira alguns pontinhos do resultado geral da história, que apesar de tudo consegue entreter razoavelmente. O nível de desempenho do elenco não decepciona, para o estilo rasteiro incluso na proposta do filme, que fez um sucesso razoável no cinema e já conta com duas continuações.
A boa dose de sangue e gore agrada bastante, sendo que a morte mais criativa, na minha opinião, ficou sendo a da professorinha incompreensiva e irritante. Para os aficcionados do gênero, há muita coisa a se descobrir e com o que se deleitar no filme, que faz de si mesmo um caldeirão de referências e homenagens a grandes realizadores do horror clássico. Começando pelos nomes de praticamente todos os personagens principais, que referenciam gente como Tod Browning, Lon Chaney, George Waggner, Max Schreck, Alfred Hitchcock, Val Lewton, Carl Dreyer e F. W. Murnau, há ainda várias passagens que remetem a temas clássicos do horror cinematográfico. Mas as demonstrações de respeito pelo passado não ficam somente no período clássico do gênero. Quem dá as caras numa ponta como um bizarro agente funerário é Tony Todd, que recentemente ficou famoso entre os fanáticos do horror ao personificar o bicho-papão moderno Candyman.
Os extras que acompanham o filme se resumem a biografias curtas do elenco e da equipe técnica, um making-of básico de 5 minutos e o trailer de cinema.
Texto postado por Kollision em 2/Julho/2006