Cinema

O Exorcista II - O Herege

O Exorcista II - O Herege
Título original: Exorcist II - The Heretic
Ano: 1977
País: Estados Unidos
Duração: 118 min.
Gênero: Terror
Diretor: John Boorman (Principe Sem Palácio, Amargo Pesadelo, Zardoz)
Trilha Sonora: Ennio Morricone (Orca - A Baleia Assassina, O Prefeito de Ferro, O Fugitivo Sanguinário)
Elenco: Linda Blair, Richard Burton, Louise Fletcher, Max von Sydow, James Earl Jones, Kitty Winn, Paul Henreid, Ned Beatty, Belinda Beatty, Rose Portillo, Barbara Cason, Tiffany Kinney, Shane Butterworth, Joey Lauren Adams
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 0

Somando-se ao fato de representar a destruição completa de uma franquia de horror que tinha tudo para ser amada tanto por crítica quanto por público, O Exorcista II consegue o feito de ser, provavelmente, o pior longa-metragem de terror já produzido por um grande estúdio em toda a história do cinema. Fontes afirmam, ainda, que este foi o filme mais caro bancado pela Warner até então. Em circunstâncias ideais, a situação poderia ter evoluído para uma cassação dos direitos do roteirista e do diretor de continuarem exercendo seus ofícios legitimamente, tamanho é o nível de inaptidão que ambos foram capazes de demonstrar aqui. O que é um espanto em se tratando de John Boorman, que possui bons filmes em seu currículo.

Continuando a história da agora adolescente Regan (Linda Blair) alguns anos depois dos eventos mostrados no clássico O Exorcista, o filme se sustenta na investigação da igreja acerca da morte do padre Merrin (Max von Sydow), conduzida com diligência quase cega por um de seus discípulos, o padre Philip Lamont (Richard Burton). Para chegar até Regan, que agora vive sozinha sob a guarda da ex-assistente (Kitty Winn) da mãe, Lamont estabelece contato com a psicóloga da garota (Louise Fletcher), que desenvolveu um aparelho revolucionário capaz de assessar e conectar as memórias de diferentes pessoas. Inicialmente incrédulo, Lamont fica sabendo que o demônio Pazuzu, o responsável pela possessão de Regan e pela morte do padre Merrin, tem um desígnio específico em nossa realidade, e parte para a África para encontrar Kokumo (James Earl Jones), a única pessoa que pode ajudá-lo a compreender a natureza do espírito maligno.

Acreditem, o filme é muito – mas muito pior do que esta breve sinopse é capaz de sinalizar. Está tudo errado, do roteiro retardado à ambientação canhestra estabelecida pelo diretor, dos desempenhos inanimados do elenco ao suspense inexistente. A premissa para o retorno da entidade demoníaca é uma piada, sem mencionar as idas e vindas de uma história completamente sem pé nem cabeça. Não consigo divisar o que se passava na cachola de executivos e equipe técnica ao levar adiante um projeto tão hediondo de ruim, que faz um bocado de gente talentosa pagar mico e insulta a inteligência do espectador com baboseiras da estirpe do "aparelho sincronizador", a mais sensacional descoberta da ciência psiquiátrica de sua época. O que é mais absurdo é que o filme tem a pachorra de querer se levar a sério!

Falhando miseravelmente em estabelecer qualquer indício de suspensão de descrença, e ainda por cima contando com efeitos especiais decepcionantes e muito poucos momentos de gore, O Exorcista II é um grande festival de merda que culmina num desfecho ainda mais indecente que todo o seu desenvolvimento. Devido ao elevado nível de mediocridade do todo, coisas teoricamente decentes como a trilha sonora de Ennio Morricone acabam tragadas pela ruindade do filme. A musa Linda Blair, recém-saída da puberdade, está com um corpaço pra lá de apetitoso, do jeito que o diabo gosta. Os esforços dramáticos da atriz, no entanto, vão pelo ralo, já que nem o demônio parece ter tido interesse em possuí-la direito desta vez.

Os extras do DVD da Warner se resumem a dois trailers e a uma seqüência de abertura alternativa para o filme.

Revisto em DVD em 3-FEV-2007, Sábado - Texto postado por Kollision em 7-FEV-2007