Visto via Netflix em 14-NOV-2020, Sábado
Ao assumir que a cinebiografia dedicada a Rudy Ray Moore (1927-2008) deveria se desenrolar como uma comédia dramática, o diretor Craig Brewer faz de Meu Nome é Dolemite um deleite tanto para fãs quanto para aqueles que jamais ouviram falar de Moore, um showman que despontou para o estrelado já perto dos cinquenta anos de idade com o lançamento do clássico do blaxploitation Dolemite, em 1975. O astro é encarnado com a necessária combinação de reverência e escárnio por Eddie Murphy, que é escoltado por um elenco coadjuvante de peso que inclui gente como Wesley Snipes (no papel do diretor do filme), Craig Robinson (como o cantor Ben Taylor) e Keegan-Michael Key (o roteirista que quer fazer um filme sério). A primeira metade do filme se concentra sobre a criação do personagem-título, um gigolô desbocado que faz comédia em rimas carregadas de palavrões, enquanto a segunda se dedica a mostrar o processo extremamente árduo de produção do filme. As liberdades criativas são muitas, começando pela reconstrução de algumas cenas da sequência de Dolemite, mas o espírito do longa é tão divertido que isso pouco importa. E não é a primeira vez que Murphy participa de uma comédia sobre como fazer cinema, basta voltar duas décadas para conferir seu trabalho igualmente eficiente em Os Picaretas.