Visto via Netflix em 29-MAR-2015, Domingo
Apesar de ter envelhecido um pouco, não dá para dizer que Clube dos Cinco não vale o status de clássico adolescente que conquistou com o passar dos anos. Seu maior mérito é partir de estereótipos extremos e desconstrui-los ao longo do filme, que se passa quase todo dentro de uma biblioteca onde ficam confinados cinco adolescentes que cumprem a detenção de Sábado como punição disciplinar por alguma traquinagem que fizeram durante a semana. As personalidades não poderiam ser mais distintas, assim como a postura implacável do diretor (Paul Gleason). Há o atleta (Emilio Estevez), o nerd CDF (Anthony Michael Hall), a princesa (Molly Ringwald), a maluca (Ally Sheedy) e o delinquente (Judd Nelson). Na maior parte das vezes é este último que provoca as turbulências que se sucedem ao longo de um dia entediante, enquanto os demais basicamente reagem à sua postura nada conformista. Em se tratando de algo escrito e nesse caso dirigido por John Hughes, é óbvio que há muito mais por trás desses adolescentes do que um breve vislumbre é capaz de dizer. A carga dramática é mais intensa que a comédia em si, e é por isso que Clube dos Cinco teria se saído melhor se tivesse excluído as breves montagens em estilo de videoclipe e preservado alguma coisa da hora adicional que Hughes foi obrigado a cortar de sua versão original. Infelizmente, a intenção de retornar aos personagens anos depois não se concretizou (como Richard Linklater fez com Antes do Amanhecer).