Visto no cinema em 1-MAR-2015, Domingo, sala 2 do Multiplex Pantanal
Fruto direto dos ataques terroristas que abalaram o mundo em 11 de Setembro de 2001, a campanha militar dos Estados Unidos em busca de células da Al-Qaeda e à procura de armas de destruição em massa dentro do Iraque está longe de ser considerada bem-sucedida ou mesmo bem fundamentada. O terrorismo não parece ter reduzido sua força, e de lá para cá o abismo ideológico que rodeia o islamismo só tem aumentado. Em meio a inúmeros casos de considerável importância histórica para os Estados Unidos, o retrato pintado por Clint Eastwood em Sniper Americano é trágico em vários sentidos. Primeiro, por supostamente glorificar uma invasão militar que muitos consideram criminosa em sua extensão, e segundo por ter que se adaptar a uma tragédia real ocorrida durante o processo de pré-produção do filme. O roteiro é baseado no livro de Chris Kyle, considerado pelas forças armadas norteamericanas o mais letal atirador de elite que já atuou em suas fileiras. Interpretado por Bradley Cooper, a vida de Kyle é retratada desde antes dos ataques de 11 de Setembro, juntamente com seu envolvimento com a esposa (Sienna Miller) e as consequências vividas por ambos em decorrência da guerra no Iraque. Sniper Americano é impecável do ponto de vista técnico, completamente imbuído da tensão esperada de um longa dirigido por Eastwood e digno da indicação ao Oscar de melhor ator feita a Bradley Cooper, cuja performance praticamente vale o filme independente de contextualização ou parcialidade histórica.